domingo, 28 de outubro de 2007

Projeto de Aprendizagem - Escritores gaúchos


Escritores gaúchos do século XXI

Alcides Castilhos Maia (1878-1944) - Natural de São Gabriel, RS. Autor de Ruínas Vivas; Tapera; Alma Bárbara, O gaúcho na legenda e na história; Crônicas; e Romantismo e Naturalismo. Membro da Academia Brasileira de Letras.

Amaro Juvenal (pseud. de Ramiro Fortes de Barcelos) (Cachoeira do Sul ES 1851 - Porto Alegre RS 1916). A partir de 1882, fundador do jornal O Novo Mundo, de parceria com Graciano Alves de Azambuja, onde apareceu pela primeira vez com o pseudônimo de Amaro Juvenal. No periódico A Federação, ridicularizava a política do gabinete e a princesa regente, conquistando fama de satírico. Deputado à Assembléia Constituinte, senador, membro da Constituinte, participou das operações militares contra a federação federalista. Reeleito senador, apresentou projeto instituindo nova moeda: o cruzeiro. Discordou da candidatura Hermes da Fonseca, apelando para Borges de Medeiros, que não respondeu; mas A Federação publicou, semanas depois, um telegrama de Borges de Medeiros a Pinheiro Machado, contendo alusão desairosa a Ramiro Barcelos. Este respondeu com vários artigos de jornal e, finalmente, com a sátira Antônio Chimango, que o notabilizou.

Apparicio Silva Rillo - Natural de Porto Alegre, RS. Aos 22 anos, mudou-se para São Borja, após ter passado a infância em Guaíba e depois ter morado em várias outras cidades do interior. Estudou em Novo Hamburgo, Ijuí e Porto Alegre, de onde levou, para São Borja, um ano e meio de Ciências Contábeis e Econômicas. Depois de Cantigas do tempo velho, livro publicado em 1959, Rillo escreveu mais oito, em vários gêneros: poesia, conto, teatro, história e folclore. Por ter produzido a melhor obra sobre o Rio Grande do Sul, em 1979, mereceu o Prêmio Literário Ilha de Laytano.

Augusto Meyer (1902-1970) - Natural de Porto Alegre, RS. Iniciou-se nas letras com artigos e poemas nos jornais O Eco do Sul, O Exemplo, Correio do Povo e na revista A Madrugada. Autor de Guia do folclore gaúcho; Revoluções e Caudilhos; Narrativas de Terra e Sangue; Cancioneiro gaúcho; Gaúcho, história de uma palavra, entre outros.

Charles Kiefer - Romancista, ensaísta, contista e poeta, nasceu em Três de Maio em 1958. Estreou na ficção em 1982, com a novela Caminhando na chuva, texto dedicado a leitores adolescentes. Em 1987 participou do International Writing Program, da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, programa destinado a qualificar escritores. Formado em Letras, é mestre em Literatura pela PUC-RS, tendo trabalhado com editor junto à Editora Mercado Aberto, de Porto Alegre. Mais conhecido como ficcionista, suas obras vêm sendo reeditadas periodicamente. Dentre elas: O pêndulo do relógio (Prêmio Jabuti, 1994), Um outro olhar (Prêmio Afonso Arinos, 1993) e Valsa para Bruno Stein. Seu livro Você viu meu pai por aí? obteve o Prêmio Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, em 1987. Em poesia, publicou Museu de coisas insignificantes. Atualmente é Coordenador do Livro e da Literatura, na Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre.

Ciro dos Santos Martins - Natural de Quaraí, nasceu em 1908. iniciou sua vida literária publicando no Jornal de Artigas, no Uruguai. Destacou-se como médico psiquiatra, exercendo a profissão em Porto Alegre. Dedicou-se também à vida literária, publicando romances, contos ensaios científicos e literários. A temática de suas narrativas é de natureza telúrica e regional, revertendo conceito tradicionais e instaurando a questão política no universo ficcional da campanha sul-rio-grandense. Dentre suas obras, destaca-se a "trilogia do gaúcho a pé", composta por Sem rumo, Porteira fechada e Estrada nova. Seguiram-se Sombras na correnteza, A dama do saladeiro, Enquanto as águas correm, O príncipe da vila, Gaúchos no obelisco, Na curva do arco-íris e O profesor. Publicou diversos ensaios na área médica e livros de crítica literária, destacando-se dentre esses: Rodeio: estampas e perfis e Escritores gaúchos, em que comenta a obra de escritores antigos e contemporâneos. Participou ativament das atividades culturais do Estado, proferindo palestras e conferências sobre a literatura gaúcha na capital e no interior. Faleceu em 1995.

Darci Pereira de Azambuja - (Encruzilhada, RS 1903 - Porto Alegre, RS 1970). O ambiente gaúcho e as expressões regionais são sua contribuição ao conhecimento do linguajar sulino: No Galpão; Contoss Rio-grandenses; A Prodigiosa Aventura; Romance Antigo; Coxilhas.

Erico Verissimo (1905-1975) - Natural de Cruz Alta, RS. Escritor de estilo simples, excelente contador de histórias, uma das grandes expressões da moderna ficção brasileira. Na sua maneira cinematográficao de apresentar as histórias, Erico Verissimo ampliou o romance, focalizando o homem contemporâneo divorciado da religião, na busca de uma solução nem sempre otimista. Filho de família tradicional, mas arruinada economicamente, exerceu várias atividades profissionais: foi ajudante de comércio, bancário, balconista de farmácia e desenhista na imprensa gaúcha. Viveu nos Estados Unidos, onde foi professor de Literatura Brasileira. Sua temática é tipicamente brasileira e, mais que isso, regional, gaúcha. A tentativa de recriação genealógica e social da história do Rio Grande do Sul atingiu seu ponto culminante na trilogia O Tempo e o Vento: O Continente, O Retrato, e O Arquipélago.

João Simões Lopes Neto (1865-1916) - Natural de Pelotas, RS. Estreou como autor teatral com a revista O Boato, à qual se seguiram vários outros textos dramáticos, assinados sob o pseudônimo de Serafim Bemol.

Luis Fernando Verissimo (1936) - Natural de Porto Alegre, RS. Filho de Erico Verissimo, celebrizou-se sobretudo como humorista. Entre suas obras destacam-se: O Popular (desenhos, 1973); A grande mulher nua (crônica, 1975); Amor brasileiro (crônica, 1977); O analista de Bagé (1981); e Outras do analista de Bagé (1982). É o criador dos quadrinhos As Cobras; colaboraa regularmente em diversos órgãos da imprensa brasileira.

Luiz Antonio de Assis Brasil - Nascido em Porto Alegre em 1945, é bacharel em Direito. É Doutor em Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, onde coordena a Oficina de Criação Literária. Foi músico da OSPA e administrados cultural, participando da implantação do Centro Municipal de Cultura de Porto Alegre. Nos anos oitenta, exerceu diferentes cargos administrativos: Diretor da Divisão de Cultura do Município; Diretor do Instituto Estadual do Livro e Sub-secretário de Cultura do Estado. Como escritor, possui onze livros publicados, entre novelas e romances. Preferindo as narrativas longas, seus textos desenvolvem temáticas relacionadas à construção da identidade gaúcha. Estreou na literatura com Um quarto de légua em quadro (Prêmio Ilha de Laytano, 1976). Sua obra é reconhecida pela crítica literária brasileira, servindo de tema para abordagens acadêmicas em universidades do país. Destacam-se: Bacia das Almas, As virtudes da casa, Cães da Província, (Prêmio do Instituto Nacional do Livro, 1988) e ainda a série Um castelo no pampa, constituída pelos romances: Perversas famílias, Pedra da memória e Os Senhores do Século. Por esta última obra, obteve o Prêmio Açorianos da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, 1995.

Luiz Carlos de Moraes (1876-1969) - Natural de Taquari, RS. Diretor do Colégio Militar de Porto Alegre, fundador e presidente do GBOEx. Servir em muitos pontos do seu Estado permitiu-lhe uma estreita convivência com o povo e seus costumes, resultando disso o Vocabulário sul-riograndense e a disposição de promover a criação de diversos centros tradicionalistas gaúchos.

Luiz Coronel - Nascido em Bagé em 1938. Bacharel em Direito, Sociologia e Política, reside em Porto Alegre, onde trabalha como diretor de publicidade. Criou e dirige a Exitus, empresa de publicidade. É compositor musical, possuindo diversos prêmios como letrista nas Califórnias da canção nativa. Poeta, sua obra é voltada preferencialmente para a temática da terra, no que retoma a tradição do cancioneiro sul-rio-grandense. Dentre suas obras literárias, destacam-se: Mundaréu, Retirantes do sul, Cavalos do tempo, Baile de máscaras, Pirâmide noturna, Clássicos do Regionalismo Gaúcho. sua obra recebeu diversos prêmios, entre os quais: Prêmio Influência Poesia Espanhola, Universidade de Pamplona, Espanha, em 1990, e Premio Octavio Paz, da Revista Plural, Universidade do México, pelo livro Pirâmide Noturna.

Lya Luft - Nasceu em Santa Cruz do Sul em 1938. Professora de Literatura, é Mestre em Lingüística e Literatura Brasileira. Exerceu o magistério superior, como professora de Lingüística. Sua atividade literária inclui a tradução, principalmente de autores de língua inglesa e alemã, dentre os quais Brecht, Virginia Woolf, Herman Hesse, Thomas Mann e Günther Grass. iniciou sua carreira literária escrevendo poemas e crônicas para o jornal Correio do Povo. Publicou livros de poemas, romances e novelas, tendo textos seus adaptados para o teatro. Sua primeira obra de ficção foi As parceiras, em 1980, seguindo-se A asa esquerda do anjo, Reunião de família, O quarto fechado, Exílio e A sentinela. Publicou também O lado fatal, coletânea de poemas, e ainda Mulher no palco e O Rio do Meio, que obteve o prêmio de melhor obra de 1996, da Associação de Críticos de Arte de São Paulo.

Mario Miranda Quintana - Natural de Alegrete, RS. É o poeta das coisas simples. Despreocupado em relação à crítica, faz poesia porque "sente necessidade", segundo suas próprias palavras. Em 1928 ingressou no jornal O Estado do Rio Grande. Após ter participado da Revolução de 1930, mudou-se para o Rio de Janeiro, retornando em 1936 para a Livraria do Globo, em Porto Alegre, onde trabalhou sob a direção de Erico Verissimo. Traduziu Charles Morgan, Rosamond Lehman, Lin Yutang, Proust, Voltaire, Virginia Woolf, Papini, Maupassant. Em sua poesia há um constante travo de pessimismo e muito de ternura por um mundo que, parece, lhe é adverso. Obras: A Rua dos Cataventos (1940), Canções (1945), Sapato Florido (1947), poemas em prosa; Espelho Mágico (1948), O Aprendiz de Feiticeiro (1950). Em 1962 reuniram-se suas obras em um único volume, sob o título Poesias. Outras obras: Pé de Pilão (1968), Apontamentos de História Sobrenatural (1976), Nova Antologia Poética (1982), Batalhão das Letras (1984).

Moacyr Scliar - Natural de Porto Alegre, nasceu em 1937. Médico especialista em saúde pública, é autor de mais de quarenta livros, dentre ensaios, crônicas, contos e romances. como cronista, assina uma coluna semanal no jornal Zero Hora. Contista, integra diversas antologias. Alguns de seus livros foram traduzidos e publicados em muitos países, como Estados Unidos, França, Alemanha, Israel, Espanha e Holanda. Sua obra obteve prêmios importantes, como o Prêmio Academia Brasileira de Letras, 1968; Prêmio Erico Verissimo de romance, 1976; Prêmio Guimarães Rosa, 1977; Prêmio Associação Paulista de Críticos de Arte, 1980; Prêmio Jabuti, 1988 e 1993; Prêmio Casa de las Américas, 1989; Prêmio Pen Club do Brasil, 1990 e Prêmio Açorianos, de Porto Alegre, em 1996. sua ficção insere a temática do imigrante judeu e urbano no imaginário da literatura sul-riograndense. Destacam-se, dentre suas obras, os romances: A guerra no Bom Fim, O exército de um homem só, Mês de cães danados, Os voluntários, O centauro no jardim e A estranha nação de Rafael Mendes. Entre seus livros de contos, figuram: O carnaval dos animais, O olho enigmático e A orelha de Van Gogh, além de livros de crônicas, com destaque para A massagista japonesa e Dicionário do viajante insólito. Escreveu também textos destinados ao público juvenil.

José Romaguera da Cunha Correia - (Santana do Livramento, RS 1865 - Uruguaiana, RS 1910). Formado em Medicina (Rio, 1888), logo retornou ao seu Estado natal, dedicando-se à clínica médica e à política. Seu Vocabulário sul-riograndense (1898), segundo do gênero que se publicou, fixa, continuando a obra iniciada por Antônio Pereira Coruja, o ciclo de estudos lingüísticos do Rio Grande do Sul, ampliando a pesquisa no sentido histórico da evolução vocabular e fornecendo novos dados para o conhecimento da vida gauchesca.

Nenhum comentário:

Animação do conto "Entre Santos" de Machado de Assis