segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Projeto de Aprendizagem - Érico Veríssimo - Turma 32


Ivan e Luian
Turma 32

Nomes: Luian Fernandes, Ivam Wendt.

Turma: 32

Professora: Marilda

Érico Veríssimo (1905-1975)

Em geral quando termino um livro encontro-me numa confusão de sentimentos, um misto de alegria, alívio e vaga tristeza. Relendo a obra
mais tarde, quase sempre penso ‘Não era bem isto o que queria dizer’.”

(O escritor diante do espelho)

Natural de Cruz Alta, RS. Escritor de estilo simples, excelente contador de histórias, uma das grandes expressões da moderna ficção brasileira. Filho de família tradicional, mas arruinada economicamente, exerceu várias atividades profissionais: foi ajudante de comércio, bancário, balconista de farmácia e desenhista na imprensa gaúcha. Viveu nos Estados Unidos, onde foi professor de Literatura Brasileira. Sua temática é tipicamente brasileira e, mais que isso, regional, gaúcha. Na sua maneira cinematográfica de apresentar as histórias, Erico Veríssimo ampliou o romance, focalizando o homem contemporâneo divorciado da religião, na busca de uma solução nem sempre otimista.

Dúvida: Qual a importância de Érico Veríssimo para a Literatura do Rio Grande do Sul e do Brasil? Até onde sabemos Érico foi um grande escritor do nosso Estado e acho q sua importância está na qualidade de escrita dos seus livros e em sua criatividade literária que desperta a atenção do leitor deixando-o fascinado pela história dos seus livros.

Mas vamos pesquisar para comprovar o motivo da importância de Érico.

Dentre os grandes autores de nossa literatura, Érico Veríssimo (1905-1975) certamente é um dos nomes mais significativos. Dono de um estilo simples, mas cheio de expressividade, foi um exímio contador de histórias e conquistou o grande público com obras que têm como foco a temática regional e as inquietações do homem contemporâneo.

A bibliografia de Érico Veríssimo pode ser dividida em três fases: da primeira, fazem parte os romances urbanos: Clarissa, Música ao longe, Um lugar ao sol e Olhai os lírios do campo, entre outros, cujo mote são os conflitos do homem no cenário frio e caótico do mundo no pós-guerra. Na segunda fase, estão os romances históricos O continente, O retrato e O arquipélago, que formam a trilogia O tempo e o vento, uma recriação da genealogia e da história do Rio Grande do Sul, considerada a obra-prima do escritor. O Senhor embaixador, O prisioneiro e Incidente em Antares são os chamados romances políticos, da terceira fase, que fazem a denúncia do fanatismo ideológico e defendem os direitos humanos. Veríssimo escreveu também livros infantis, roteiros de viagem, um ensaio, biografias e uma autobiografia, Solo de Clarineta.

Talvez por ter sido um autor tão popular, com um público fiel que colocou seus livros várias vezes nas listas dos mais vendidos, Érico Veríssimo foi durante muito tempo negligenciado pelos críticos e intelectuais.

Ao falar da gente de sua terra e de seu país de forma simples e poética, Érico Veríssimo foi capaz de cativar tanto o leitor mais modesto, quanto o mais culto, sempre se preocupando em dar um caráter universal às histórias. E é esta característica que torna a obra deste grande autor sempre contemporânea e atual.

A importância também de Érico é nas contribuições que sua obra dava ao público mais jovem e os aproximavam da literatura como em o tempo e o vento, especialmente, pode aproximar o jovem da História e toda a obra de Érico, como crítica à violência, pode ser inspiradora de solidariedade, tolerância e democracia. Incidente em Antares também faz uma leitura crítica da nossa História, especialmente de um período sobre os quais os jovens ouviram falar mas podem não ter idéia mais concreta do que foi: o período da ditadura militar com toda a sua carga de brutalidade, arbítrio e banalização do mal.

É considerada como a sua obra-prima a trilogia histórica O Tempo e o Vento (1949-1961), da qual saíram alguns personagens primordiais e bastante populares entre seus leitores, como Ana Terra e o Capitão Rodrigo.

Porque a obra de Veríssimo foi, e ainda é, negligenciada pelos intelectuais? A obra de Veríssimo tem fortalezas e fraquezas, como ele mesmo reconhecia, quando dizia, por exemplo, que nos romances anteriores a O tempo e o vento, acertava apenas os dedos da mão para escrever essa obra mais ambiciosa. Antonio Candido, na entrevista que concede aos organizadores do livro que a Nova Alexandria publicou, explica um pouco das fortalezas, das fraquezas e das razões e preconceitos da crítica, principalmente daquela que o descarta como bom autor porque tem uma visão centralista da literatura brasileira e do Brasil, ou daquela que o condena por ter vendido muitos livros. Recomendo, portanto, a leitura da entrevista, porque concordo com os critérios em que Antonio Candido apóia seu juízo crítico sobre a obra do grande escritor gaúcho e brasileiro que, para ser grande, não precisa ser perfeito.

Porque razão a obra de Érico Veríssimo conquistou tantos leitores? Talvez porque o que Antonio Candido vê como defeito seja, para a média dos leitores, uma qualidade ou, mais, uma necessidade, mas também, certamente, porque muitos leitores sabem apreciar o melhor de Érico. Seguramente porque, antes de mais nada, como ele mesmo se definia, ele é um bom contador de histórias.Principais obras:

Clarissa Caminhos Cruzados Música ao Longe

Um Lugar ao Sol O Resto É Silêncio Olhai os Lírios do Campo

Saga O Tempo e o Vento: O Continente, O Retrato, O Arquipélago

O Senhor Embaixador O Prisioneiro Incidente em Antares

Solo de Clarineta

PERSONAGENS de Erico Veríssimo: Amaro; Ana Terra; Bibiana; Capitão Rodrigo; Clarissa; Fernanda; Floriano Cambará; Jango; Maria Valéria; Noel; Pedro Missioneiro; Rodrigo Cambará; Tônio Santiago; Toríbio Cambará; Vasco Bruno.

Prêmios e títulos recebidos que provam a sua importância







domingo, 28 de outubro de 2007

Projeto de Aprendizagem - Érico Veríssimo




Como se dá a Produção Literária de Érico Veríssimo

Érico conhecia seu público leitor. Construía suas narrativas com metáforas, discursos históricos, nomes, fatos, datas, espaços e acontecimentos ditos reais. A intenção era dar ao leitor comum o conhecido, aquilo que nos faz abrir o livro, espichar as pernas ou sentar-se numa poltrona e apreciar a ficção e os mundos que ela nos apresenta.

Veríssimo escrevia em sua casa, no bairro Partenon em Porto Alegre, em uma sala escura e praticamente vazia, onde havia apenas uma velha máquina de escrever numa escrivaninha quase vazia, um cabide para pendurar chapéu, bengala e guarda-chuva. Sua rotina para escrever era um tanto intrigante: gostava de escrever seus textos durante a tarde, sempre ouvindo música na Rádio da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), vestindo calças velhas e folgadas. A construção da obra era pensada e trabalhada pela manhã.

Érico se baseava em autores brasileiros, pois, quando jovem, lia livros de Coelho Neto, Aluísio Azevedo, Joaquim Manoel de Macedo, Afrânio Peixoto, Afonso Arinos, Monteiro Lobato, Oswald e Mário de Andrade. Lia também livros de autores estrangeiros, como Waltter Scott, Tolstoi, Eça de Queirós, Émile Zola, Dostoievski, Stuart Mill, Omar Khayyam, Ibsen e Verhaeren.

Ernesto e Ramires
Turma 31

Projeto de Aprendizagem - Como surgiu a literatura


Nomes: Gisele e Tamires
Turma 31

Como surgiu a Literatura

Na origem, a literatura de todos os povos foi oral. Apesar de originar-se etimologicamente da palavra letra (do latim, littera, letra), a Literatura surgiu nos primórdios da humanidade, quando o homem ainda desconhecia a escrita e vivia em tribos nômades, à mercê das forças naturais que ele tentava entender através dos primeiros cultos religiosos. Lendas e canções eram transmitidas de forma oral através das gerações. Com o advento da escrita, as paredes das cavernas começaram a receber pinturas e desenhos simbólicos que passaram a registrar a tradição oral. Mais tarde surgiriam novas formas para armazenar essas informações, como as tabuletas, óstracos, papiros e pergaminhos. Dessa maneira, as primeiras obras literárias conhecidas são registros escritos de composições oriundas de remota tradição oral.

A maior parte da literatura ocidental antiga se perdeu. Cada uma das cinco civilizações mais antigas que se conhecem - Babilônia e Assíria, Egito, Grécia, Roma e a cultura dos israelitas na Palestina - entrou em contato com uma ou mais dentre as outras.

Nas duas mais antigas, a assírio-babilônica, com suas tábulas de argila quebradas, e a

egípcia, com seus rolos de papiro, não se encontra relação direta com a idade moderna.

Na Babilônia, porém, se produziu o primeiro código completo de leis e dois épicos de mitos arquetípicos - o Gilgamesh e o Enuma Elish que vieram a ecoar e ter desdobramentos em terras bem distantes. O Egito, que detinha a intuição mística de um mundo sobrenatural, atiçou a imaginação dos gregos e romanos. Da cultura hebraica, a principal herança literária para o Ocidente veio de seus primeiros manuscritos, como o Antigo Testamento da Bíblia. Essa literatura veio a influenciar

profundamente a consciência ocidental por meio de traduções para as línguas vernáculas e para o latim. Até então, a ensimesmada espiritualidade do judaísmo mantivera-a afastada dos gregos e romanos.

Embora influenciada pelos mitos religiosos da Mesopotâmia, da Anatólia e do Egito, literatura grega não tem antecedentes diretos e aparentemente se originou em si mesma.

Nos gregos, os escritores romanos buscaram inspiração para seus temas, tratamento e escolha de verso e métrica.

A chamada literatura clássica, que engloba toda a produção greco-romana entre os séculos V a.C. e V d.C., vai influenciar toda a literatura do Ocidente. Preservadas,

transformadas, absorvidas pela tradição latina e difundidas pelo cristianismo, as obras da Grécia antiga e de Roma foram transmitidas para as línguas vernáculas da Europa e das regiões colonizadas pelos europeus. Todos os gêneros importantes de literatura épica, lírica, tragédia, comédia, sátira, história, biografia e prosa narrativa, foram criados pelos gregos e romanos, e as evoluções posteriores são, na maioria, extensões secundárias.

Óstraco Voltar ao texto


Fragmentos de pedra ou cerâmica onde eram copiadas as escrituras, eram utilizados como rascunhos, documentos oficiais, eram transcritos em papiros.

Papiro Voltar ao texto

Planta de papiro, Cyperus papyrus

Planta de papiro, Cyperus papyrus

Papiro (pelo latim papyrus do grego antigo πάπυρος) é, originalmente, uma planta perene da família das ciperáceas cujo nome científico e Cyperus papyrus, por extensão é também o meio físico usado para a escrita (percursor do papel) durante a Antigüidade (sobretudo no Antigo Egito, civilizações do Oriente Médio, como os hebreus e babilônios, e todo o mundo greco-romano).

O papiro é obtido utilizando a parte interna, branca e esponjosa, do caule do papiro, cortado em finas tiras que eram posteriormente molhadas, sobrepostas e cruzadas, para depois serem prensadas. A folha obtida era martelada, alisada e colada ao lado de outras folhas para formar uma longa fita que era depois enrolada. A escrita dava-se paralelamente às fibras.

Pergaminho Voltar ao texto

Pergaminho alemão, 1568

Pergaminho alemão, 1568

Pergaminho (do grego pergaméne e do latim pergamina ou pergamena), é o nome dado a uma pele de animal, geralmente de cabra, carneiro, cordeiro ou ovelha, preparada para nela se escrever. Designa ainda o documento escrito nesse meio. O seu nome deriva do nome da cidade onde se terá fabricado pela primeira vez: Pérgamo, na Grécia.

Foi largamente utilizado na antiguidade ocidental, em especial na Idade Média, até à difusão da invenção chinesa do papel.

Quando feitos de peles delicadas de bezerros ou cordeiros, eram chamados de velino . Estas peles davam um material de escrita fino, macio e claro, usado para livros importantes.

Os mosteiros cristãos mantinham bibliotecas de pergaminhos no período, onde monges letrados se dedicavam à cópia de manuscritos, devendo-se a essa atividade monástica a sobrevivência e divulgação dos textos clássicos da cultura grega e latina no Ocidente, principalmente à época do Império Bizantino.

Na atualidade o pergaminho é utilizado para a confecção de diplomas universitários, por ser considerado um material difícil de ser falsificado, graças às nuances naturais e à sua grande durabilidade. Se antigamente essa matéria-prima era distribuída apenas por algumas empresas da Europa, hoje na Região Nordeste do Brasil converteu-se em expressiva fonte de renda, auxiliando a economia local.

Babilônia Voltar ao texto

Babilônia ou Babilónia se refere à capital da antiga Suméria e Acádia, na Mesopotâmia. No moderno Iraque, localiza-se a aproximadamente 80 km ao sul de Bagdá. O nome (Babil ou Babilu em babilônico) significa "Porta de Deus", mas os judeus afirmam que vem do Hebraico Antigo Babel ( בבל ), que significa "confusão". Essa palavra semítica é uma tradução do sumério Kadmirra.

Foi provavelmente fundada por volta de 3800 a.C.. Teve um papel significativo na história da Mesopotâmia. O povo babilônico foi muito avançado para a sua época, demonstrando grandes conhecimentos em arquitetura, agricultura, astronomia e direito. Iniciou sua era de império sob o amorita Hamurabi, por volta de 1730 a.C., e manteve-se assim por pouco mais de mil anos. Hamurabi foi o primeiro rei conhecido a codificar leis, utilizando no caso, a linguagem cuneiforme, escrevendo suas leis em tábuas de barro cozido, o que preservou muitos destes textos até os dias atuais. Daí, descobriu-se que a cultura babilônica influenciou em muitos aspectos a cultura moderna, como a divisão do dia em 24 horas, da hora em 60 minutos e daí por diante.

Vernáculo Voltar ao texto

Vernáculo é o nome que se dá à língua nativa de um país ou de uma localidade.

O termo tem origem no latim vernaculum, proveniente de verna: assim era denominado o escravo nascido na casa do senhor.

Séculos atrás os estudos científicos, filosóficos ou religiosos publicados na Europa Ocidental eram tipicamente escritos em latim. Já os trabalhos escritos em uma língua local, como o italiano, o espanhol ou o alemão eram denominados de escritos em vernáculo.

Judaísmo Voltar ao texto

A Grande Sinagoga (Velká synagoga) Plzeň, República Checa

Judaísmo (do hebraico יהדות, vindo do termo יהודה Yehudá ) é o nome dado à religião do povo judeu, e é a mais antiga das três principais religiões monoteístas (as outras duas são o cristianismo e o islamismo).

Surgido da religião mosaica, o judaísmo, apesar de suas ramificações, defende um conjunto de doutrinas que o distingue de outras religiões: a crença monoteísta em YHWH (às vezes chamado Adonai Meu Senhor, ou ainda HaShem) como Criador e Deus e a eleição de Israel como povo escolhido para receber a revelação da Torá que seriam os mandamentos deste Deus. Dentro da visão judaica do mundo, Deus é um Criador ativo no universo e que influencia a sociedade humana, na qual o judeu é aquele que pertence à uma linhagem com um pacto eterno com este Deus.

Mesopotâmia Voltar ao texto

A Mesopotâmia - nome grego que significa "entre rios" (meso - pótamos) - é uma região de interesse histórico e geográfico mundial. Trata-se de um platô de origem vulcânica localizado no Oriente Médio, delimitado entre os vales dos rios Tigre e Eufrates, ocupado pelo atual território do Iraque e terras próximas. Os rios desembocam no Golfo Pérsico e a região toda é rodeada por desertos. A Mesopotâmia fica entre os rios Eufrates e Rio Tigre.

Épica Voltar ao texto

A épica é um gênero literário no qual o autor apresenta de forma objetiva fatos lendários ou fictícios acontecidos num tempo e espaços determinados. O autor usa como forma de expressão a narração, mas a descrição e o diálogo também são usados.

Essa alternativa de discurso tem como origem a observação aristotélica entre mímesis e diegesis, ou seja, entre narração e descrição.

Suas características são:

1.Tratam sobre fatos, acontecimentos ou peripécias mais ou menos verdadeiros ou falsos.

2.A maioria dos verbos contidos nessas obras literários estão no pretérito.

3.O narrador aparece na obra ora sim, ora não, mas não está sempre presente como no gênero lírico nem desaparece por completo, como ocorre no gênero dramático.

4.Na maioria das vezes, a forma utilizada nessas obras é a prosa ou o verso largo.

5.Tende a incluir os demais gêneros (lírico, dramático, didático)e por isso tem maior extensão.

6.Se divide em capítulos.

Lírica Voltar ao texto

Trovadores: imagem do Cancioneiro da Ajuda, século XIII

Trovadores: imagem do Cancioneiro da Ajuda, século XIII

A poesia, ou gênero lírico, ou lírica é uma das sete artes tradicionais, através da qual a linguagem humana é utilizada com fins estéticos. O sentido da mensagem poética também pode ser importante (principalmente se o poema for em louvor de algo ou alguém, ou o contrário: também existe poesia satírica), ainda que seja a forma estética a definir um texto como poético.

Prosa Narrativa Voltar ao texto

I- ELEMENTOS DA NARRATIVA LITERÁRIA:

1. AÇÃO: é a soma de gestos e atos desempenhados pelas personagens que compõem o enredo. Ela pode ser:

a)externa = uma viagem, o deslocamento de uma sala para outra, etc.;

b)interna = é toda a ação que se passa na consciência ou inconsciência de quem narra. Esse tipo de ação é própria das narrativas psicológicas ou introspectivas (veremos mais adiante)

As ações, na prosa narrativa de ficção, têm que parecer verdadeiras, mesmo que elas não ocorram na realidade; para isso, é preciso que, desde o início, haja coerência na conduta da personagem. Por exemplo: do início ao fim, o cão Quincas Borba “pensa”, o que faz parecer algo possível e natural para o leitor. Um cão “pensar” seria inverossímil (até numa obra literária) se isso começasse a acontecer de repente, no meio da história, por exemplo.

A ação, em suma, é o “pôr em movimento” personagens que se relacionam entre si. Como na vida, essas relações podem ser de amor, de amizade, de competição, de oposição, etc. A ação é o elemento essencial de toda e qualquer narrativa, pois é o que distingue esse tipo de discurso dos demais ( de uma descrição, de uma dissertação, etc.).

Projeto de Aprendizagem - Surrealismo



Surrealismo

O surrealismo foi por excelência a corrente artística moderna da representação do irracional e do subconsciente. Suas origens devem ser buscadas no dadaísmo e na pintura metafísica de Giorgio De Chirico.
Este movimento artístico surge todas às vezes que a imaginação se manifesta livremente, sem o freio do espírito crítico, o que vale é o impulso psíquico. Os surrealistas deixam o mundo real para penetrarem no irreal, pois a emoção mais profunda do ser tem todas as possibilidades de se expressar apenas com a aproximação do fantástico, no ponto onde a razão humana perde o controle.

A publicação do Manifesto do Surrealismo, assinado por André Breton em outubro de 1924, marcou historicamente o nascimento do movimento. Nele se propunha a restauração dos sentimentos humanos e do
instinto como ponto de partida para uma nova linguagem artística. Para isso era preciso que o homem tivesse uma visão totalmente introspectiva de si mesmo e encontrasse esse ponto do espírito no qual a realidade interna e externa é percebida totalmente isentas de contradições.
A livre associação e a análise dos sonhos, ambos métodos da psicanálise freudiana, transformaram-se nos procedimentos básicos do surrealismo, embora aplicados a seu modo. Por meio do automatismo, ou seja,
qualquer forma de expressão em que a mente não exercesse nenhum tipo de controle, os surrealistas tentavam
plasmar, seja por meio de formas abstratas ou figurativas simbólicas, as imagens da realidade mais profunda do
ser humano: o subconsciente.

O Surrealismo apresenta relações com o Futurismo e o Dadaísmo. No entanto, se os dadaístas propunham apenas a destruição, os surrealistas pregavam a destruição da sociedade em que viviam e a criação de uma nova, a ser organizada em outras bases. Os surrealistas pretendiam, dessa forma, atingir uma outra realidade, situada no plano do subconsciente e do inconsciente. A fantasia, os estados de tristeza e melancolia exerceram grande atração sobre os surrealistas, e nesse aspecto eles se aproximam dos românticos, embora sejam muito mais radicais.

Dentro do surrealismo devem-se destacar três períodos importantes e bem diferenciados entre si: o período dos sonhos (1924), representado pelas obras de natureza simbólicas, obtidas através de diferentes procedimentos de automatismo, de certo figurativismo; o período do compromisso político (1928), expresso na filiação de seus líderes ao comunismo; e uma terceira fase (1930), de difusão, que se empenhou na formação de grupos surrealistas em toda a Europa, tendo conseguido a adesão de grupos americanos.

Principais Artistas

* Salvador Dali
É, sem dúvida, o mais conhecido dos artistas surrealistas. Estudou em Barcelona e depois em Madri, na Academia de San Fernando. Nessa época teve oportunidade de conhecer Lorca e Buñuel. Suas primeiras obras são influenciadas pelo cubismo de Gris e pela pintura metafísica de Giorgio de Chirico. Finalmente aderiu ao surrealismo, junto com seu amigo Luis Buñuel, cineasta. Em 1924 o pintor foi expulso da Academia e começou a se interessar pela psicanálise de Freud, de grande importância ao longo de toda a sua obra. Sua primeira viagem a Paris em 1927 foi fundamental para sua carreira. Fez amizade com Picasso e Breton e se entusiasmou com a obra de Tanguy e o maneirista Arcimboldo. O filme
Um Cão Andaluz, que fez com Buñuel, data de 1929. Ele criou o conceito de “paranóia critica“ para referir-se à atitude de quem recusa a lógica que rege a vida comum das pessoas. Segundo ele, é preciso “contribuir para o total descrédito da realidade”. No final dos anos 30 foi várias vezes para a Itália a fim de estudar os grandes mestres. Instalou seu ateliê em Roma, embora continuasse viajando. Depois de conhecer em Londres Sigmund Freud, fez uma viagem para a América, onde publicou sua biografia A Vida Secreta de Salvador Dali (1942). Ao voltar, se estabeleceu definitivamente em Port Lligat com Gala, sua mulher, ex-mulher do poeta e amigo Paul Éluard. Desde 1970 até sua morte dedicou-se ao desenho e à construção de seu museu. Além da pintura ele desenvolveu esculturas e desenho de jóias e móveis. Obra Destacada: Mae West.
Joan Miró
Iniciou sua formação como pintor na escola de La Lonja, em Barcelona. Em 1912 entrou para a escola de arte de Francisco Gali, onde conheceu a obra dos impressionistas e fauvistas franceses. Nessa época, fez amizade com Picabia e pouco depois com Picasso e seus amigos cubistas, em cujo grupo militou durante algum tempo. Em 1920 Miró instalou-se em Paris (embora no verão voltasse para Montroig), onde se formara um grupo de amigos pintores, entre os quais estavam Masson, Leiris, Artaud e Lial. Dois anos depois adquiriu forma La masía, obra fundamental em seu desenvolvimento estilístico posterior e na qual Miró demonstrou uma grande precisão gráfica. A partir daí sua pintura mudou radicalmente. Breton falava dela como o máximo do surrealismo e se permitiu destacar o artista como um dos grandes gênios solitários do século XX e da história da arte. A famosa magia de Miró se manifesta nessas telas de traços nítidos e formas sinceras na aparência, mas difíceis de serem elucidadas, embora se apresentem de forma amistosa ao observador. Miró também se dedicou à cerâmica e à escultura, nas quais extravasou suas inquietações pictóricas. Obra Destacada: Noitada Esnobe da Princesa.

Surrealismo na pintura mexicana, brasileira e americana.

* Mexicanos

Atingiu seu ponto máximo nas décadas de 1920 e 1930, quando vários artistas pintaram temas que enfatizaram sentimentos nacionalistas.

Os artistas mexicanos produziram obras que combinavam as técnicas do expressionismo com temas nacionalistas e, por vezes, revolucionários. José Cremente Orazco, Diego Rivera, David Siqueiros, etc. procuravam criar obras autenticamente mexicanas. Muitas de suas pinturas retratavam heróis e a história do México. Essas obras eram muito procuradas para decorar edifícios públicos, por isso muitos artistas mexicanas dedicaram-se a pintar enormes murais.

"O diabo na Igreja" / David Alváros Siqueiros

* Brasileiros

Depois da Semana de Arte Moderna de 1922 em tonno da qual se agruparam pintores como Anita Malfatti, Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Vicente do Rego Monteiro, a pintura, como em outras partes do mundo, vem seguindo grande diversidade de estilos.
As idéias que levaram à organização da semana, ao mesmo tempo em que visavam a uma tomada de consciência da nacionalidade, chamaram a atenção para o que então de mais atual ocorria na Europa. Assim, ao longo das décadas seguintes, surgiram pintores de estilos tão diversos como Portinari e Volpi, Cícero Dias e Lasar Segall, Djanira e Carlos Scliar.

"Samba" / Di Cavalcanti

* Americanos (1900-1940)

Em 1908, ano em que o cubismo apareceu na Europa, um grupo de artistas norte-americanos fez uma exposição coletiva. Eram chamados de os oito.
Robert Henri liderava o grupo, formado ainda por Arthur B.Davies, William Glackens, Ernst Lauson, George Luks, Maurice Prendergast, Everett Shinn e John Sloan. Cada um tinha seu estilo próprio. Mas opunham-se a pintura conservadora e sentimental norte-americana que estava na moda no começo do século XX.
Os movimentos artísticos surgidos na Europa no começo do século XX influenciaram muitos pintores norte-americanos. O público dos EUA teve pela primeira vez uma visão completa da moderna arte européia em 1913, em uma famosa exposição chamada Armory Show (mostra do arsenal). A mostra foi inaugurada em Nova York e depois viajou para Chicago e Boston.
Entre os pintores norte-americanos desse período destacou-se Stuart Davis, que criou um estilo que combinava temas norte-americanos com formas geométricas cubistas.
Na década de 1930, alguns pintores norte-americanos voltaram-se para temas de determinadas regiões dos EUA.
Thomas Hart Benton e Grant Wood pintaram paisagens, narrativas folclóricas e lendas do Meio Oeste, em uma tentativa de criar um tipo de pintura inteiramente norte-americana.

"Vida Noturna" / Edward Hopper

Surrealismo na escultura

No surrealismo, melhor do que falar em escultura deve-se falar em objetos retirados do seu contexto - algo muito parecido com o que o francês Marcel Duchamp, na ocasião também membro do movimento, havia iniciado com seus ready mades. Os surrealistas se dedicaram conscientemente a reunir os objetos mais díspares, privados de sua funcionalidade, para expressar as necessidades mais íntimas do homem. No começo, chegaram inclusive a falar de dois tipos de objetos: os naturais (vegetais, animais e minerais) e os de uso cotidiano. Exemplo claro do culto ao objeto, iniciado por este movimento, foi a Exposição de Objetos Surrealistas de 1936. Nela se representou as mais extravagantes combinações, produto das associações inconscientes de seus autores. Alguns podiam ser interpretados quase automaticamente pelo público, de tão simples que eram em sua composição, enquanto outros se mantinham dentro de um hermetismo simbólico poético, no melhor estilo das esculturas dadaístas. No entanto, deve-se destacar que os objetos surrealistas, no limite entre a ironia e a perversão, tentavam abrir a imaginação do espectador para a multiplicidade de relações existentes entre as coisas, para a associação livre de condicionamentos. Prova disso foram o engenhoso Telefone-lagosta, de Dalí, ou as combinações de objetos de Miró. Referindo-se à escultura surrealista, André Breton, precursor do movimento, disse: "não encontramos mais do que aquilo de que precisamos profundamente".

"Mesa Surrealista" / Alberto Giacometti

Surrealismo na literatura

Os escritores do surrealismo rejeitaram o romance e a poesia em estilos tradicionais e que representavam os valores sociais da burguesia. As poesias e textos deste movimento são marcados pela livre associação de idéias, frases montadas com palavras recortadas de revistas e jornais e muitas imagens e idéias do inconsciente. O poeta Paul Éluard, autor de Capital da Dor e André Breton, autor de O Amor Louco, Nadja e Os Vasos Comunicantes, são representantes da literatura surrealista.

Surrealismo no cinema

Os cineastas também vão quebrar com o tradicionalismo cinematográfico. Demonstram uma despreocupação total com o enredo e com a história do filme. Os ideais da burguesia são combatidos e os desejos não racionais afloram. Dois filmes representativos são: Um Cão Andaluz (1928) e L'Âge D'Or (1930) de Luiz Bruñuel em parceria com Salvador Dalí.

Surrealismo no teatro

O dramaturgo francês Antonin Artaud é o maior representante do surrealismo no teatro, através de seu teatro da crueldade. Artaud buscava através de suas peças teatrais, livrarem o espectador das regras impostas pela civilização e assim despertar o inconsciente da platéia. Um das técnicas usadas pelo dramaturgo foi unir palco e platéia, durante a realização das peças. No livro O Teatro e seu duplo, Arnaud demonstra sua teoria.
Sua obra mais conhecida é Os Cenci de 1935, onde ele conta a vida de uma família italiana durante a fase do Renascimento.
Nas décadas de 1940 e 1950, os princípios do surrealismo influenciaram o

teatro do absurdo.

O surrealismo no Brasil

As idéias do surrealismo foram absorvidas na década de 1920 e 1930 pelo movimento modernista no Brasil. Podemos observar características surrealistas nas pinturas Nus e Abaporu de Ismael Nery e da artista Tarsila do Amaral respectivamente.
A obra Eu Vi o Mundo, Ele Começava no Recife, do artista pernambucano Cícero Dias, apresenta muitas características do surrealismo. As esculturas de Maria Martins também caminham nesta direção.

“O sonho não pode ser também aplicado à solução das questões fundamentais da vida?” (fragmento do Manifesto do Surrealismo de André Breton, francês que lançou o movimento).

No mesmo manifesto, Breton define Surrealismo: "Automatismo psíquico pelo qual alguém se propõe a exprimir, seja verbalmente, seja por escrito, seja de qualquer outra maneira, o funcionamento real do pensamento".

Nome: Alan R. Souza, Marcelo da S. Pereira. Turma: 31

Projeto de Aprendizagem - Leda Saraiva

Nome: Giane e Maicon
Turma 31

Projeto de Aprendizagem - Escritores gaúchos


Escritores gaúchos do século XXI

Alcides Castilhos Maia (1878-1944) - Natural de São Gabriel, RS. Autor de Ruínas Vivas; Tapera; Alma Bárbara, O gaúcho na legenda e na história; Crônicas; e Romantismo e Naturalismo. Membro da Academia Brasileira de Letras.

Amaro Juvenal (pseud. de Ramiro Fortes de Barcelos) (Cachoeira do Sul ES 1851 - Porto Alegre RS 1916). A partir de 1882, fundador do jornal O Novo Mundo, de parceria com Graciano Alves de Azambuja, onde apareceu pela primeira vez com o pseudônimo de Amaro Juvenal. No periódico A Federação, ridicularizava a política do gabinete e a princesa regente, conquistando fama de satírico. Deputado à Assembléia Constituinte, senador, membro da Constituinte, participou das operações militares contra a federação federalista. Reeleito senador, apresentou projeto instituindo nova moeda: o cruzeiro. Discordou da candidatura Hermes da Fonseca, apelando para Borges de Medeiros, que não respondeu; mas A Federação publicou, semanas depois, um telegrama de Borges de Medeiros a Pinheiro Machado, contendo alusão desairosa a Ramiro Barcelos. Este respondeu com vários artigos de jornal e, finalmente, com a sátira Antônio Chimango, que o notabilizou.

Apparicio Silva Rillo - Natural de Porto Alegre, RS. Aos 22 anos, mudou-se para São Borja, após ter passado a infância em Guaíba e depois ter morado em várias outras cidades do interior. Estudou em Novo Hamburgo, Ijuí e Porto Alegre, de onde levou, para São Borja, um ano e meio de Ciências Contábeis e Econômicas. Depois de Cantigas do tempo velho, livro publicado em 1959, Rillo escreveu mais oito, em vários gêneros: poesia, conto, teatro, história e folclore. Por ter produzido a melhor obra sobre o Rio Grande do Sul, em 1979, mereceu o Prêmio Literário Ilha de Laytano.

Augusto Meyer (1902-1970) - Natural de Porto Alegre, RS. Iniciou-se nas letras com artigos e poemas nos jornais O Eco do Sul, O Exemplo, Correio do Povo e na revista A Madrugada. Autor de Guia do folclore gaúcho; Revoluções e Caudilhos; Narrativas de Terra e Sangue; Cancioneiro gaúcho; Gaúcho, história de uma palavra, entre outros.

Charles Kiefer - Romancista, ensaísta, contista e poeta, nasceu em Três de Maio em 1958. Estreou na ficção em 1982, com a novela Caminhando na chuva, texto dedicado a leitores adolescentes. Em 1987 participou do International Writing Program, da Universidade de Iowa, nos Estados Unidos, programa destinado a qualificar escritores. Formado em Letras, é mestre em Literatura pela PUC-RS, tendo trabalhado com editor junto à Editora Mercado Aberto, de Porto Alegre. Mais conhecido como ficcionista, suas obras vêm sendo reeditadas periodicamente. Dentre elas: O pêndulo do relógio (Prêmio Jabuti, 1994), Um outro olhar (Prêmio Afonso Arinos, 1993) e Valsa para Bruno Stein. Seu livro Você viu meu pai por aí? obteve o Prêmio Altamente Recomendável pela Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, em 1987. Em poesia, publicou Museu de coisas insignificantes. Atualmente é Coordenador do Livro e da Literatura, na Secretaria Municipal de Cultura de Porto Alegre.

Ciro dos Santos Martins - Natural de Quaraí, nasceu em 1908. iniciou sua vida literária publicando no Jornal de Artigas, no Uruguai. Destacou-se como médico psiquiatra, exercendo a profissão em Porto Alegre. Dedicou-se também à vida literária, publicando romances, contos ensaios científicos e literários. A temática de suas narrativas é de natureza telúrica e regional, revertendo conceito tradicionais e instaurando a questão política no universo ficcional da campanha sul-rio-grandense. Dentre suas obras, destaca-se a "trilogia do gaúcho a pé", composta por Sem rumo, Porteira fechada e Estrada nova. Seguiram-se Sombras na correnteza, A dama do saladeiro, Enquanto as águas correm, O príncipe da vila, Gaúchos no obelisco, Na curva do arco-íris e O profesor. Publicou diversos ensaios na área médica e livros de crítica literária, destacando-se dentre esses: Rodeio: estampas e perfis e Escritores gaúchos, em que comenta a obra de escritores antigos e contemporâneos. Participou ativament das atividades culturais do Estado, proferindo palestras e conferências sobre a literatura gaúcha na capital e no interior. Faleceu em 1995.

Darci Pereira de Azambuja - (Encruzilhada, RS 1903 - Porto Alegre, RS 1970). O ambiente gaúcho e as expressões regionais são sua contribuição ao conhecimento do linguajar sulino: No Galpão; Contoss Rio-grandenses; A Prodigiosa Aventura; Romance Antigo; Coxilhas.

Erico Verissimo (1905-1975) - Natural de Cruz Alta, RS. Escritor de estilo simples, excelente contador de histórias, uma das grandes expressões da moderna ficção brasileira. Na sua maneira cinematográficao de apresentar as histórias, Erico Verissimo ampliou o romance, focalizando o homem contemporâneo divorciado da religião, na busca de uma solução nem sempre otimista. Filho de família tradicional, mas arruinada economicamente, exerceu várias atividades profissionais: foi ajudante de comércio, bancário, balconista de farmácia e desenhista na imprensa gaúcha. Viveu nos Estados Unidos, onde foi professor de Literatura Brasileira. Sua temática é tipicamente brasileira e, mais que isso, regional, gaúcha. A tentativa de recriação genealógica e social da história do Rio Grande do Sul atingiu seu ponto culminante na trilogia O Tempo e o Vento: O Continente, O Retrato, e O Arquipélago.

João Simões Lopes Neto (1865-1916) - Natural de Pelotas, RS. Estreou como autor teatral com a revista O Boato, à qual se seguiram vários outros textos dramáticos, assinados sob o pseudônimo de Serafim Bemol.

Luis Fernando Verissimo (1936) - Natural de Porto Alegre, RS. Filho de Erico Verissimo, celebrizou-se sobretudo como humorista. Entre suas obras destacam-se: O Popular (desenhos, 1973); A grande mulher nua (crônica, 1975); Amor brasileiro (crônica, 1977); O analista de Bagé (1981); e Outras do analista de Bagé (1982). É o criador dos quadrinhos As Cobras; colaboraa regularmente em diversos órgãos da imprensa brasileira.

Luiz Antonio de Assis Brasil - Nascido em Porto Alegre em 1945, é bacharel em Direito. É Doutor em Literatura pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, onde coordena a Oficina de Criação Literária. Foi músico da OSPA e administrados cultural, participando da implantação do Centro Municipal de Cultura de Porto Alegre. Nos anos oitenta, exerceu diferentes cargos administrativos: Diretor da Divisão de Cultura do Município; Diretor do Instituto Estadual do Livro e Sub-secretário de Cultura do Estado. Como escritor, possui onze livros publicados, entre novelas e romances. Preferindo as narrativas longas, seus textos desenvolvem temáticas relacionadas à construção da identidade gaúcha. Estreou na literatura com Um quarto de légua em quadro (Prêmio Ilha de Laytano, 1976). Sua obra é reconhecida pela crítica literária brasileira, servindo de tema para abordagens acadêmicas em universidades do país. Destacam-se: Bacia das Almas, As virtudes da casa, Cães da Província, (Prêmio do Instituto Nacional do Livro, 1988) e ainda a série Um castelo no pampa, constituída pelos romances: Perversas famílias, Pedra da memória e Os Senhores do Século. Por esta última obra, obteve o Prêmio Açorianos da Prefeitura Municipal de Porto Alegre, 1995.

Luiz Carlos de Moraes (1876-1969) - Natural de Taquari, RS. Diretor do Colégio Militar de Porto Alegre, fundador e presidente do GBOEx. Servir em muitos pontos do seu Estado permitiu-lhe uma estreita convivência com o povo e seus costumes, resultando disso o Vocabulário sul-riograndense e a disposição de promover a criação de diversos centros tradicionalistas gaúchos.

Luiz Coronel - Nascido em Bagé em 1938. Bacharel em Direito, Sociologia e Política, reside em Porto Alegre, onde trabalha como diretor de publicidade. Criou e dirige a Exitus, empresa de publicidade. É compositor musical, possuindo diversos prêmios como letrista nas Califórnias da canção nativa. Poeta, sua obra é voltada preferencialmente para a temática da terra, no que retoma a tradição do cancioneiro sul-rio-grandense. Dentre suas obras literárias, destacam-se: Mundaréu, Retirantes do sul, Cavalos do tempo, Baile de máscaras, Pirâmide noturna, Clássicos do Regionalismo Gaúcho. sua obra recebeu diversos prêmios, entre os quais: Prêmio Influência Poesia Espanhola, Universidade de Pamplona, Espanha, em 1990, e Premio Octavio Paz, da Revista Plural, Universidade do México, pelo livro Pirâmide Noturna.

Lya Luft - Nasceu em Santa Cruz do Sul em 1938. Professora de Literatura, é Mestre em Lingüística e Literatura Brasileira. Exerceu o magistério superior, como professora de Lingüística. Sua atividade literária inclui a tradução, principalmente de autores de língua inglesa e alemã, dentre os quais Brecht, Virginia Woolf, Herman Hesse, Thomas Mann e Günther Grass. iniciou sua carreira literária escrevendo poemas e crônicas para o jornal Correio do Povo. Publicou livros de poemas, romances e novelas, tendo textos seus adaptados para o teatro. Sua primeira obra de ficção foi As parceiras, em 1980, seguindo-se A asa esquerda do anjo, Reunião de família, O quarto fechado, Exílio e A sentinela. Publicou também O lado fatal, coletânea de poemas, e ainda Mulher no palco e O Rio do Meio, que obteve o prêmio de melhor obra de 1996, da Associação de Críticos de Arte de São Paulo.

Mario Miranda Quintana - Natural de Alegrete, RS. É o poeta das coisas simples. Despreocupado em relação à crítica, faz poesia porque "sente necessidade", segundo suas próprias palavras. Em 1928 ingressou no jornal O Estado do Rio Grande. Após ter participado da Revolução de 1930, mudou-se para o Rio de Janeiro, retornando em 1936 para a Livraria do Globo, em Porto Alegre, onde trabalhou sob a direção de Erico Verissimo. Traduziu Charles Morgan, Rosamond Lehman, Lin Yutang, Proust, Voltaire, Virginia Woolf, Papini, Maupassant. Em sua poesia há um constante travo de pessimismo e muito de ternura por um mundo que, parece, lhe é adverso. Obras: A Rua dos Cataventos (1940), Canções (1945), Sapato Florido (1947), poemas em prosa; Espelho Mágico (1948), O Aprendiz de Feiticeiro (1950). Em 1962 reuniram-se suas obras em um único volume, sob o título Poesias. Outras obras: Pé de Pilão (1968), Apontamentos de História Sobrenatural (1976), Nova Antologia Poética (1982), Batalhão das Letras (1984).

Moacyr Scliar - Natural de Porto Alegre, nasceu em 1937. Médico especialista em saúde pública, é autor de mais de quarenta livros, dentre ensaios, crônicas, contos e romances. como cronista, assina uma coluna semanal no jornal Zero Hora. Contista, integra diversas antologias. Alguns de seus livros foram traduzidos e publicados em muitos países, como Estados Unidos, França, Alemanha, Israel, Espanha e Holanda. Sua obra obteve prêmios importantes, como o Prêmio Academia Brasileira de Letras, 1968; Prêmio Erico Verissimo de romance, 1976; Prêmio Guimarães Rosa, 1977; Prêmio Associação Paulista de Críticos de Arte, 1980; Prêmio Jabuti, 1988 e 1993; Prêmio Casa de las Américas, 1989; Prêmio Pen Club do Brasil, 1990 e Prêmio Açorianos, de Porto Alegre, em 1996. sua ficção insere a temática do imigrante judeu e urbano no imaginário da literatura sul-riograndense. Destacam-se, dentre suas obras, os romances: A guerra no Bom Fim, O exército de um homem só, Mês de cães danados, Os voluntários, O centauro no jardim e A estranha nação de Rafael Mendes. Entre seus livros de contos, figuram: O carnaval dos animais, O olho enigmático e A orelha de Van Gogh, além de livros de crônicas, com destaque para A massagista japonesa e Dicionário do viajante insólito. Escreveu também textos destinados ao público juvenil.

José Romaguera da Cunha Correia - (Santana do Livramento, RS 1865 - Uruguaiana, RS 1910). Formado em Medicina (Rio, 1888), logo retornou ao seu Estado natal, dedicando-se à clínica médica e à política. Seu Vocabulário sul-riograndense (1898), segundo do gênero que se publicou, fixa, continuando a obra iniciada por Antônio Pereira Coruja, o ciclo de estudos lingüísticos do Rio Grande do Sul, ampliando a pesquisa no sentido histórico da evolução vocabular e fornecendo novos dados para o conhecimento da vida gauchesca.

sábado, 27 de outubro de 2007

Projeto de Aprendizagem - Concretismo

O que é o Concretismo?

Movimento de vanguarda na música erudita e nas artes plásticas que surgiu na Europa nos anos 50. Na literatura, a primeira manifestação oficial se dá no Brasil. O movimento defende a racionalidade e rejeita o expressionismo, o acaso e a abstração lírica e aleatória. Não há intimismo nas obras, nem preocupação com o tema. A idéia é acabar com a distinção entre forma e conteúdo e criar uma nova linguagem.
Na década de 60, poetas e músicos envolvem-se com temas sociais. De modo geral, é uma ligação pessoal, sem destaque na obra, a qual se preocupa mais com a inovação da linguagem. Muitos artistas, porém, defendem a afirmação do poeta russo futurista
Vladímir Maiakóvski (1893-1930) de que não há arte revolucionária sem forma revolucionária.

Na linha de Malevitch, Mondrian e outros precursores da abstração geométrica, o concretismo objetivava uma arte pautada pela racionalidade, contra a expressão de sentimentos e a representação naturalista. Rejeitando o subjetivismo e o acaso, os concretistas pretendiam sobretudo ser designers de formas: quadros sem texturas e poemas sem versos.

Na Europa, o ano de 1930 marcou um momento fundamental para o concretismo com o lançamento em Paris da Art Concret, revista de um grupo liderado pelo pintor Theo Van Doesburg, que em seu primeiro número propunha "destruir as formas-natureza e substituí-las por formas-arte". As idéias de Van Doesburg, que já descendiam do neoplasticismo de Piet Mondrian, foram retomadas a partir de 1936 por Max Bill, cuja vertente particular de concretismo, baseada na Suíça, exerceu influência na Argentina, no Brasil e na Alemanha.

Uma das contribuições mais originais do concretismo foi abordar os problemas da criação plástica junto com os problemas da criação poética, subordinando todos eles aos problemas da forma. Assim como a pintura geometrizada adotou a concretude das linhas e dos planos, abolindo as ilusões representativas, a poesia concreta, dando o verso por extinto, adotou o espaço gráfico como agente estrutural do poema. Em lugar da sintaxe discursiva tradicional propôs a sintaxe analógica, ideogrâmica que permitia a justaposição de conceitos.

Contra a poesia subjetiva, de expressão ou representação, a poesia concreta queria ser objetiva, sintética, presentativa - mais para ser percebida como um todo do que lida em frações. O material lingüístico, as palavras reduzidas a seus elementos visuais (letras) e fonéticos (sílabas), era relacionado ao espaço, donde a importância atribuída a sua distribuição na página. Os concretistas apresentavam como seus precursores, por terem tido preocupações semelhantes, Stephane Mallarmé de "Un coup de dés" (Lance de dados), Ezra Pound (Cantos), E. E. Cummings, Guillaume Apollinaire (Calligrammes), os futuristas e os dadaístas.

Em 1952 o sueco Eyvind Fahlström escreveu poemas concretos e, um ano depois, publicou o Manifest För Konkret Poesie (1953; Manifesto de poesia concreta). De particular importância foi a atividade do suíço-boliviano Eugen Gomringer, autor de Konstellationen (1955; Constelações), quase simultânea à atividade desenvolvida no Brasil pelo grupo paulista da revista Noigandres.

Em 1952 começaram os primeiros indícios do movimento concreto no Brasil. De um lado o grupo Noigandres, formado nesse momento por Décio Pignatari, Augusto e Haroldo de Campos. O surgimento do Grupo vem acompanhado do lançamento, em São Paulo, do primeiro número da revista, também com o nome Noigandres. De outro lado, o grupo Ruptura, formado por pintores e escultores também paulistas: Geraldo de Barros, Waldemar Cordeiro, Lothar Charoux, Kazmer Fejer, Haar, Sacilotto e Wladyslaw. As posições defendidas por estes artistas coincidiam, naquele momento, com muitas das formulações dos poetas de Noigandres. O grupo Ruptura iniciava uma reação, no campo das artes plásticas, a toda uma vertente subjetivista representada pela pintura figurativista de caráter expressionista. Ao mesmo tempo, o grupo reagia à tendência abstracionista, à concepção "hedonista da arte abstrata", nas palavras de Waldemar Cordeiro, baseada na criação pictórica anárquica, sem sentido visual e lógico (tintas jogadas na tela aleatoriamente). Assim, em nome de uma intuição artística dotada de princípios claros e inteligentes, de grandes possibilidades de desenvolvimento prático", o ideal plástico do Ruptura privilegiava a organização do espaço, a estruturação das formas e da cores, desvinculadas de conteúdos extra -pictóricos. O que interessava ao artista concreto, como observou o crítico Mário Pedrosa, era a "[...] exteriorização precisa da própria visualidade, uma objetividade formal que aspira o momento em que a própria mão poderá ser substituída na confecção do quadro". Do mesmo modo que a poesia concreta se afastava de suportes semânticos e sintáticos que permitiam uma decodificação mais discursiva dos poemas, a pintura concreta propunha uma nova visualidade que, orientada em princípios geométricos organizados segundo critérios de Gestalt (Teoria Geral da Forma), proporcionasse ao espectador, uma fruição objetiva - a composição observada no quadro deveria corresponder, exatamente, aquilo que o artista concebeu no projeto original da obra. Um quadro concreto de acordo com Max Bill, seria a "concreção de uma idéia", uma "realidade que pode ser controlada e observada". Inserindo-se, portanto, numa tradição construtiva que tinha como parâmetros o Neoplasticismo de Mondrian e Vatergerloo, o Suprematismo de Malévitch e as concepções estéticas de Theo Van Doesburg, as propostas de Max Bill e seus companheiros da Escola de Ulm, os artistas fundadores do grupo Ruptura atuaram, ao lado dos poetas concretos, na pesquisa de novas linguagem e formas de expressão.
Tendo a poesia concreta atingido o seu primeiro estágio de maturação - a plataforma teórica ganhava, cada vez mais, corpo e definição, o "paideum"e os procedimentos formais básicos já estavam estipulados - urgia o lançamento oficial do movimento. No final de 1956, mais precisamente dezembro, acrescida de um novo membro o jovem poeta carioca Ronaldo Azeredo, a equipe Noigandres, juntamente com os pintores e escultores aliados à mesma tendência, realiza a primeira
Exposição Nacional de Arte Concreta, no Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM).

Participaram da exposição os seguintes artistas plásticos: Geraldo Barros, Aluísio Carvão, Lygia Clark, Waldemar Cordeiro, João S. Costa, Hermelindo Fiaminghi, Judith Lauand, Maurício Nogueira Lima, Rubem M. Ludolf, César Oiticica, Hélio Oiticica, Luis Sacilotto, Décio Vieira, Alfredo Volpi, Alexandre Wollner, Lothar Charoux, Lygia Pape, Amílcar de Castro, Kasmer Fejer, Franz J. Weissmann, Ivan Serpa e os poetas: Augusto e Haroldo de Campos, Décio Pignatari, Ronaldo Azeredo, Ferreira Gullar e Waldimir Dias Pino.

A mostra se compunha de cartazes-poemas, apresentados ao lado de obras pictóricas e esculturas. As soluções gráficas dos cartazes (padronização de tipos, diagramação) foram sugeridas pelo artista plástico e publicitário Hermelindo Fiaminghi, que também participava do evento. Na ocasião a revista ad-arquitetura e decoração é contatada através de Waldemar Cordeiro e inclui no seu n 20 (novembro-dezembro), o material da exposição, funcionando, assim, como catálogo da mesma. Neste número escreveram artigos o próprio Waldemar Cordeiro, Décio Pignatari, Augusto de Campos, Haroldo de Campos e Ferreira Gullar. Foram publicados também, poemas concretos e clichês reproduzindo os quadros e esculturas dos artistas expostos. No auditório do MAM, Décio Pignatari e o crítico Oliveira Bastos pronunciaram conferências sobre a nova poesia. Paralelamente ao evento, foi lançado o n 3 da revista Noigandres, trazendo como sub-título, o nome poesia concreta. A exposição, como era de esperar, repercurtiu nos meios artísticos e intelectuais da capital paulista. Porém, o impacto maior da eclosão do movimento concreto vai ocorrer, de fato, quando a mostra é levada para o Rio de Janeiro, em fevereiro do ano seguinte e montada no saguão do MEC. A esta altura, o movimento ganha espaço amplo na imprensa, jornais e revistas de grande circulação deram cobertura ao evento.

Há muita controvérsia e muita discussão em torno da nova tendência e a Exposição Nacional de Arte Concreta se transformou, entre 4 e 11 de fevereiro de 57, no acontecimento mais importante da cidade maravilhosa. Foi realizado, sob o patrocínio do Teatro Universitário Brasileiro, um caloroso debate na UNE, em 10 de fevereiro. Nessa noite, Décio Pignatari faz uma conferência polêmica, assistida por importantes figuras da intelectualidade carioca. Mas talvez, o saldo mais positivo desses acontecimentos, para os poetas concretos, tenha sido o artigo "A Poesia Concreta e o Momento Poético Brasileiro", escrito por Mário Faustino e onde, após um rigoroso balanço da produção poética daquele momento, o autor de O Homem e sua Hora elegia os poetas criadores do novo movimento como representantes do que havia de melhor no campo da criação literária brasileira.
Após a realização da
Exposição Nacional de Arte Concreta, o movimento ganha repercussão. O poeta Manuel Bandeira, por exemplo, então decano do Modernismo, adere as posições de equipe Noigandres, realizando alguma experiências poéticas concretas, ao mesmo tempo que em sua coluna diária de crônica comentava a renovadora tendência.

Mas uma cisão ocorre dentro do movimento. O poeta Ferreira Gullar e Reinaldo Jardim desindentificam-se das posições do grupo paulista, em defesa de uma poesia “subjetivista e intuitiva”. O crítico Oliveira Bastos também assinou o manifesto de cisão, embora reconhecendo posteriormente a validade das propostas da poesia concreta. Dessa cisão, nasceria o Movimento NeoConcreto, que dura de 1959 a 1961. A partir da publicação, ainda nesse mesmo ano (1959), do "Plano- Piloto para Poesia Concreta", o movimento completa maturação e as irradiações de suas idéias começam a se fazer sentir não só no próprio ambiente literário, como também em outras áreas do contexto cultural brasileiro.

Nomes: Matheus Brehm, Marciano Antunes

Turma: 31

Animação do conto "Entre Santos" de Machado de Assis