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segunda-feira, 4 de junho de 2012
Sinopse do conto "O enfermeiro" de Machado de Assis
O conto “O ENFERMEIRO” de Machado de Assis, narrado em primeira pessoa, com foco narrativo no próprio personagem principal e protagonista Procópio. Fazia trabalhos de copista para uma paróquia da sua região, quando o vigário lhe pediu que prestasse serviços de enfermeiro a um Coronel, a seu pedido, pois estava muito doente e precisava de uma companhia. Procópio soube que o homem, apesar de precisar deste tipo serviço, tratava mal todos que lá iam e com isso ninguém ficava no emprego, mesmo sendo tão bem pago. Como Procópio estava cansado do trabalho de copista resolveu aceitar o emprego. Quando lá chegou não demorou mais que sete dias para que Procópio ficasse tão chateado como os seus colegas que por lá passaram. O homem o xingava, falava palavrões o tempo todo, o que o deixou bastante constrangido. Pensou em abandonar tudo mas, não pôde pelo compromisso feito com o vigário.
Um dia recebeu um prato cheio de sopa na cara, pelo fato do Coronel Felisberto achar que a mesma estava fria. Gritou e brigou tanto, com absurdas provocações que Procópio pensou novamente em ir embora. Mas, sempre, refletia muito antes de tomar qualquer atitude. Pensava na doença do velho, na sua demência e o fato de ser uma pessoa sozinha, sem família. O único parente, era um sobrinho, que havia morrido a pouco tempo. E assim foi levando, ficando lá por muito tempo. Neste intervalo o Coronel mandou chamar um advogado, fez testamento e foi levando a vida infeliz e indigna, somente podendo contar com aquele homem bondoso que o tolerava e cuidava tão bem dele, sem que o mesmo merecesse tanta dedicação. Procópio tinha quarenta e dois anos e tinha uma vida sem grandes acontecimentos. Antes de ir para o interior fazia um trabalho sem graça e sem valor nenhum. Tão repetitivo e o deixava entediado. Fazia isso, inclusive, em troca de uma boa comida e um lugar para dormir. Mas, mesmo tendo uma vida pobre não estava mais agüentando as infâmias, desacatos, ofensas, arremesso de comida e moringas sempre que algo desagradasse aquele homem mau e de uma índole questionável. Não se sabe exatamente os motivos mas Procópio ficou lá por muito tempo. Mas, nunca deixava de se queixar para si mesmo da situação degradante em que se encontrava. Um certo dia Procópio já estava decidido ir embora logo que amanhecesse. Parecia aquele homem ler os seus pensamentos, pois Procópio tendo ido à cozinha para pegar água com o remédio da hora ouviu gritos e foi ver o que estava acontecendo e quando se aproximou do Coronel, este começou a lutar bravamente com o enfermeiro. Procópio se defendia e perguntava o que ocorria. O que ele havia feito de errado. E o homem continuou aquela crise de loucura, até que Procópio não agüentou e enforcou Felisberto, aquele homem velho e indefeso. Ficou atordoado e para não levantar suspeitas puxou a camisa e abotoou-a até a altura do pescoço para esconder as marcas de unhas em sua carne frágil. Ainda ia dar meia-noite e Procópio esperou amanhecer para então chamar o escravo e o médico e avisou-os que o Coronel Felisberto havia amanhecido morto. E assim ficou muito arrependido de ter enforcado o velho, mas durante o velório ficou calado para não dar na vista. Foi embora e continuou sua vidinha de copista naquela paróquia. Todos o parabenizava pela dedicação e paciência com o Coronel. E sempre que alguém fazia-lhe qualquer elogio ficava desconfiado, reflexivo e grande arrependimento se abatia sobre ele. Chegou a pensar que nunca mais iria esquecer aquele fato. Para amenizar a situação pensava que como o velho estava doente, mais cedo ou mais tarde, morreria, e ele somente apressou a sua morte. Esse pensamento aliviava o coração do enfermeiro.
Passou-se uma semana da morte do Coronel Felisberto quando recebeu a notícia de que Procópio era o herdeiro universal do Coronel. Esta notícia o deixou impressionado e preocupado. Mas, claro, deu-lhe imediatamente um ar de satisfação o fato de estar rico a partir daquele momento. Não entendeuo motivo do testamento e como não tinha como solucionar essa situação tomou posse de todos os seus bens. Depois de uma fase ruim pensou até em doar toda a herança, pois não se achava merecedor desse presente. Mas esse sentimento passou, e resolveu doar parte do dinheiro para caridade, fez reforma da igreja, mandou rezar missa. Mandou erguer um túmulo de mármore, com dizeres bem bonitos e assim também é o que hoje, estando o Enfermeiro desenganado pelos médicos pede que o façam para ele, sem se esquecer é claro, dos dizeres da lápide: “bem aventurados os que possuem, pois serão consolados”.
Fonte: http://pt.shvoong.com/books/1741961-enfermeiro-conto/#ixzz1wpsC8FQK
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