quarta-feira, 12 de setembro de 2007

Hipertexto

Conhecimento em permanente metamorfose

“Ao provar o fruto da Cibercultura, o homem foi expulso do paraíso simbolizado por uma escola analógica, inspirada na propriedade do conhecimento por alguns e pela representatividade da escrita, percebendo-se nu, atemorizado pelas possibilidades colossais do hipertexto e pela subversão de uma nova cultura inspirada na ecologia cognitiva, onde o antigo, bom e velho conhecimento estável transforma-se e navega ao sabor de permanente metamorfose.”

Celso Antunes

Ao pensar sobre o pensar, comparando o texto com hipertexto, o professor reflete as mudanças existentes e tenta através das mesmas caminhar para um conhecimento em permanente metamorfose.

O advento do hipertexto, a possibilidade de leituras e escritas não lineares que se modificam a cada instante e incorporam múltiplas vozes e linguagens, sobrepõe a uma idéia de inteligência centralizada por uma outra emoldurada por uma inteligência coletiva, em continuo movimento.

O hipertexto seria um laboratório onde as hipóteses levantadas e sustentadas teoricamente poderiam ser testadas. Podemos ir um pouco mais além e considerar que a hipertextualidade não seria um mero produto da tecnologia, mas um modelo que vem pautando tanto os avanços neste campo, como nos saberes denominados "ciências humanas". O hipertexto seria, em outros termos, um modo de conceber como o conhecimento é produzido e organizado. Uma formulação que, na atualidade, encontramos presentificada ora sob a forma de quadros teóricos, ora sob a forma de experimentos textuais possíveis de serem realizados nos computadores.

O hipertexto faz seu aparecimento no mundo eletrônico como uma encarnação daquilo que se produz teoricamente.

A textualidade ideal seria composta por "...bloco de palavras ( ou imagens) ligadas eletronicamente por múltiplos caminhos, correntes e sequências numa infinitamente aberta, perpetuamente inacabada textualidade descrita pelos termos link, nó, rede, teia , caminho." (Landow, 1992, p.3).

O hipertexto, tendo em sua prática inclusa a hipermídia, faz com que no processo comunicativo esteja presente uma porcentagem bem maior de elementos não verbais do que no texto impresso. Basta pensar, na importância que as imagens adquirem no hipertexto eletrônico. Imagens que aparecem de diversas formas, ora como ilustrações que são acrescidas às informações da escritura alfabética do hipertexto, ora como mapas criados pelos autores de hipertextos que auxiliam os navegantes a se localizarem nos mares abertos e infinitos da informação.

A entrada das novas tecnologias nas escolas podem contribuir para uma Educação hipertextual, disposta não mais de maneira troncular, onde o professor se coloca como emanador do conhecimento, mas de maneira rizomática, formando, professores e alunos, um único corpo construtor de um hipertexto educacional.

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Animação do conto "Entre Santos" de Machado de Assis