A arte da palavra

Este blog tem por objetivo pesquisar a arte da palavra em toda a sua plenitude, multiplicando assim novos conhecimentos.

sábado, 18 de junho de 2022

Substantivo/Google apresentação/Bitmoji

 





Substantivo

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Carta enigmática/Google apresentação

                                            






Carta enigmática

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Narração/Produção de texto dirigida - Google apresentação/Google forms


 Produção de texto dirigida

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Revisão morfológica Google apresentação/Wordwall

 Revisão morfológica


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Adjetivo


 Adjetivo

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Estrutura da palavra - Google apresentação/bitmoji


 Estrutura da palavra

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sexta-feira, 17 de junho de 2022

Atividade sobre substantivo - Jamboard


 Atividade sobre substantivo

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Guardador de Rebanhos (Poemas Completos) Alberto Caeiro

Do Stockler Vestibulares*
I

Eu nunca guardei rebanhos,
Mas é como se os guardasse.
Minha alma é como um pastor,
Conhece o vento e o sol
E anda pela mão das Estações
A seguir e a olhar.
Toda a paz da Natureza sem gente
Vem sentar-se a meu lado.
Mas eu fico triste como um pôr de sol
Para a nossa imaginação,
Quando esfria no fundo da planície
E se sente a noite entrada
Como uma borboleta pela janela.

Mas a minha tristeza é sossego
Porque é natural e justa
E é o que deve estar na alma
Quando já pensa que existe
E as mãos colhem flores sem dar por isso.

Como um ruído de chocalhos
Para além da curva da estrada,
Os meus pensamentos são contentes.
Só tenho pena de saber que eles são contentes,
Porque, se o não soubesse,
Em vez de serem contentes e tristes,
Seriam alegres e contentes.
Pensar incomoda como andar à chuva
Quando o vento cresce e parece que chove mais.

Não tenho ambições nem desejos.
Ser poeta não é ambição minha.
É a minha maneira de estar sozinho.

E se desejo às vezes,
Por imaginar, ser cordeirinho
(Ou ser o rebanho todo
Para andar espalhado por toda a encosta
A ser muita cousa feliz ao mesmo tempo),
É só porque sinto o que escrevo ao pôr do sol,
Ou quando uma nuvem passa a mão por cima da luz
E corre um silêncio pela erva fora.

Quando me sento a escrever versos
Ou, passeando pelos caminhos ou pelos atalhos,
Escrevo versos num papel que está no meu pensamento,
Sinto um cajado nas mãos
E vejo um recorte de mim
No cimo dum outeiro,
Olhando para o meu rebanho e vendo as minhas ideias
Ou olhando para as minhas ideias e vendo o meu rebanho,
E sorrindo vagamente como quem não compreende o que se diz
E quer fingir que compreende.

Saúdo todos os que me lerem,
Tirando-lhes o chapéu largo
Quando me veem à minha porta
Mal a diligência levanta no cimo do outeiro.
Saúdo-os e desejo-lhes sol,
E chuva, quando a chuva é precisa,
E que as suas casas tenham
Ao pé de uma janela aberta
Uma cadeira predilecta
Onde se sentem, lendo os meus versos.
E ao lerem os meus versos pensem
Que sou qualquer cousa natural -
Por exemplo, a árvore antiga
À sombra da qual quando crianças
Se sentavam com um baque, cansados de brincar,
E limpavam o suor da testa quente
Com a manga do bibe riscado.

II

O meu olhar é nítido como um girassol.
Tenho o costume de andar pelas estradas
Olhando para a direita e para a esquerda,
E de vez em quando olhando para trás...
E o que vejo a cada momento
É aquilo que nunca antes eu tinha visto,
E eu sei dar por isso muito bem...
Sei ter o pasmo comigo
Que tem uma criança se, ao nascer,
Reparasse que nascera deveras...
Sinto-me nascido a cada momento
Para a eterna novidade do mundo...
Creio no mundo como num malmequer,
Porque o vejo. Mas não penso nele
Porque pensar é não compreender...
O mundo não se fez para pensarmos nele
(Pensar é estar doente dos olhos)
Mas para olharmos para ele e estarmos de acordo.

Eu não tenho filosofia: tenho sentidos...
Se falo na Natureza não é porque saiba o que ela é,
Mas porque a amo, e amo-a por isso,
Porque quem ama nunca sabe o que ama
Nem sabe porque ama, nem o que é amar...

Amar é a eterna inocência,
E a única inocência é não pensar...


Observações:
  • os dois poemas apresentados acentuam a importância dos sentidos, viga mestra da poesia de Caeiro, e refutam o "pensar".


    V

    Há metafísica bastante em não pensar em nada.

    O que penso eu do mundo?
    Sei lá o que penso do mundo!
    Se eu adoecesse pensaria nisso

    Que ideia tenho eu das cousas?
    Que opinião tenho sobre Deus e a alma
    E sobre a criação do mundo?
    Não sei. Para mim pensar nisso é fechar os olhos
    E não pensar. É correr as cortinas
    Da minha janela (mas ela não tem cortinas).

    O mistério das cousas? Sei lá o que é mistério!
    O único mistério é haver quem pense no mistério.
    Quem está ao sol e fecha os olhos,
    Começa a não saber o que é o sol
    E a pensar muitas cousas cheias de calor.
    Mas abre os olhos e vê o sol,
    E já não pode pensar em nada,
    Porque a luz do sol vale mais que os pensamentos
    De todos os filósofos e de todos os poetas.
    A luz do sol não sabe o que faz
    E por isso não erra e é comum e boa.

    Metafísica? Que metafísica têm aquelas árvores?
    A de serem verdes e copadas e de terem ramos
    E a de dar fruto na sua hora, o que não nos faz pensar,
    A nós, que não sabemos dar por elas.
    Mas que melhor metafísica que a delas,
    Que é a de não saber para que vivem
    Nem saber que o não sabem?

    "Constituição íntima das cousas"...
    "Sentido íntimo do universo"...
    tudo isto é falso, tudo isto não quer dizer nada.
    É incrível que se possa pensar em cousas dessas.
    É como pensar em razões e fins
    Quando o começo da manhã está raiando, e pelos lados das árvores
    Um vago ouro lustroso vai perdendo a escuridão.

    Pensar no sentido íntimo das cousas
    É acrescentado, é como pensar na saúde
    Ou levar um copo à água das fontes.

    O único sentido íntimo das cousas
    É elas não terem sentido íntimo nenhum.

    Não acredito em Deus porque nunca o vi.
    Se ele quisesse que eu acreditasse nele,
    Sem dúvida que viria falar comigo
    E entraria pela minha porta dentro
    Dizendo-me, Aqui estou!

    (Isto é talvez ridículo aos ouvidos
    De quem, por não saber o que é olhar para as cousas,
    Não compreende quem fala delas
    Com o modo de falar que reparar para elas ensina.)

    Mas se Deus é as flores e as árvores
    E os montes e sol e o luar,
    Então acredito nele,
    Então acredito nele a toda a hora,
    E a minha vida é toda uma oração e uma missa,
    E uma comunhão com os olhos e pelos ouvidos.
    Mas se Deus é as árvores e as flores
    E os montes e o luar e o sol,
    Para que lhe chamo eu Deus?
    Chamo-lhe flores e árvores e montes e sol e luar;
    Porque, se ele se fez, para eu o ver,
    Sol e luar e flores e árvores e montes,
    Se ele me aparece como sendo árvores e montes
    E luar e sol e flores,
    É que ele quer que eu o conheça
    Como árvores e montes e flores e luar e sol.

    E por isso eu obedeço-lhe,
    (Que mais sei eu de Deus que Deus de si próprio?),
    Obedeço-lhe a viver, espontaneamente,
    Como quem abre os olhos e vê,
    E chamo-lhe luar e sol e flores e árvores e montes,
    E amo-o sem pensar nele,
    E penso-o vendo e ouvindo,
    E ando com ele a toda a hora.


    Observações:
  • a definição de Deus nesse poema aproxima-se do panteísmo, doutrina filosófica segundo a qual só o mundo é real e Deus é a soma de todas as coisas e nelas se manifesta. Assim, as flores, as árvores, os montes, o sol e o luar são manifestações da própria divindade. Pode-se, assim, falar de uma verdadeira "religião da Natureza".


    IX

    Sou um guardador de rebanhos.
    O rebanho é os meus pensamentos
    E os meus pensamentos são todos sensações.
    Penso com os olhos e com os ouvidos
    E com as mãos e os pés
    E com o nariz e a boca.

    Pensar uma flor é vê-la e cheirá-la
    E comer um fruto é saber-lhe o sentido.

    Por isso quando num dia de calor
    Me sinto triste de gozá-lo tanto,
    E me deito ao comprido na erva,
    E fecho os olhos quentes,
    Sinto todo o meu corpo deitado na realidade,
    Sei a verdade e sou feliz.

    X

    "Olá, guardador de rebanhos,
    Aí à beira da estrada,
    Que te diz o vento que passa?"

    "Que é vento, e que passa,
    E que já passou antes,
    E que passará depois.
    E a ti o que te diz?"

    "Muita cousa mais do que isso.
    Fala-me de muitas outras cousas.
    De memórias e de saudades
    E de cousas que nunca foram."

    "Nunca ouviste passar o vento.
    O vento só fala do vento.
    O que lhe ouviste foi mentira,
    E a mentira está em ti."

    XX

    O Tejo é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia,
    Mas o Tejo não é mais belo que o rio que corre pela minha aldeia Porque o Tejo não é o rio que corre pela minha aldeia.

    O Tejo tem grandes navios
    E navega nele ainda,
    Para aqueles que veem em tudo o que lá não está,
    A memória das naus.

    O Tejo desce de Espanha
    E o Tejo entra no mar em Portugal.
    Toda a gente sabe isso.
    Mas poucos sabem qual é o rio da minha aldeia
    E para onde ele vai
    E donde ele vem.
    E por isso, porque pertence a menos gente,
    É mais livre e maior o rio da minha aldeia.

    Pelo Tejo vai-se para o mundo.
    Para além do Tejo há a América
    E a fortuna daqueles que a encontram.
    Ninguém nunca pensou no que há para além
    Do rio da minha aldeia.

    O rio da minha aldeia não faz pensar em nada.
    Quem está ao pé dele está só ao pé dele.


    Observações:
  • no poema XX, a oposição entre o mundo imaginado (o Tejo) e o mundo real (o rio que corre pela minha aldeia), entre o imaginário e o real, constrói-se através de uma linguagem poética próxima da prosa. A construção anafórica (reiteração de O Tejo...) equilibra-se pela sucessão de epístrofes (repetições de fim de verso: "pela minha aldeia", nos três primeiros versos, e "o rio da minha aldeia"). Apesar da aparente simplicidade, há uma arquitetura equilibrada e complexa nas relações ocultas sobre as quais se sustenta a oposição mundo real e mundo imaginado.


    XXIV

    O que nós vemos das cousas são as cousas.
    Por que veríamos nós uma cousa se houvesse outra?
    Por que é que ver e ouvir seriam iludirmo-nos
    Se ver e ouvir são ver e ouvir?

    O essencial é saber ver,
    Saber ver sem estar a pensar,
    Saber ver quando se vê,
    E nem pensar quando se vê
    Nem ver quando se pensa.
    Mas isso (tristes de nós que trazemos a alma vestida!),
    Isso exige um estudo profundo,
    Uma aprendizagem de desaprender
    E uma sequestração na liberdade daquele convento
    De que os poetas dizem que as estrelas são as freiras eternas
    E as flores as penitentes convictas de um só dia,
    Mas onde afinal as estrelas não são senão estrelas
    Nem as flores senão flores,
    Sendo por isso que lhes chamamos estrelas e flores.

  • Outras poesias de gregório de Matos Guerra

    Poesia sacra

    Como autor barroco, não poderia faltar a poesia, religiosa em sua obra. Essa temática abrange um amplo conjunto, desde os poemas circunstanciais em comemoração a festas de santos até os poemas de contrição e de reflexão moral:

    Pequei, Senhor, mas não porque hei pecado,
    Da vossa piedade me despido,
    Porque quanto mais tenho delinqüido,
    Vós tenho a perdoar mais empenhado.
    Se basta a vos irar tanto um pecado,
    A abrandar-vos sobeja um só gemido,
    Que a mesma culpa, que vos há ofendido,
    Vos tem para o perdão lisonjeado.
    Se uma ovelha perdida, e já cobrada
    Gloria tal, e prazer tão repentino
    vos deu, como afirmais na Sacra História:
    Eu sou, Senhor, a ovelha desgarrada
    Cobrai-a, e não queirais, Pastor divino,
    Perder na vossa ovelha a vossa glória


    Esse soneto de contrição é um dos mais conhecidos poemas de Gregório e segue o modelo conceptista de Quevedo.

    II- Lírica amorosa

    A lírica amorosa na obra de Gregório de Matos abrange um amplo leque temático. Às vezes é a mais pura idealização do amor:

    Quem a primeira vez chegou a ver-vos,
    Nise, e logo se pôs a contemplar-vos,
    Bem merece morrer por conversar-vos
    E não poder viver sem merecer-vos.


    Outras, uma requintada exploração da amorosa, como, por exemplo, na expressão da timidez do amante, temeroso do desprezo da amada:

    Largo em sentir, em respirar sucinto,
    Peno, e calo, tão fino, e tão atento,
    Que fazendo disfarce do tormento,
    Mostro que o não padeço, e sei que o sinto.


    Chega também, freqüentemente, a um realismo irônico, quase cínico, como nos seguintes versos em que busca definir o amor:

    Isto, que o Amor se chama,
    este, que vidas enterra,
    este, que alvedrios prostra,
    este, que em palácios entra:
    [.......................................]
    este, que o ouro despreza,
    faz liberal o avarento,
    é assunto dos poetas:
    [.......................................]
    Arre lá com tal amor!
    isto é amor? é quimera,
    que faz de um homem prudente
    converter-se logo em besta
    .

    Segundo historiadores, o poeta teve uma paixão não correspondida pela filha de um senhor engenhoso, D. Ângela de Sousa Paredes Rabelo organizou um ciclo dos poemas que seriam expressão desse caso amoroso. Entre eles estão alguns dos mais belos da obra de Gregório de Matos.

    O soneto a seguir é o sétimo poema do ciclo "Ângela":

    Anjo no nome, Angélica na cara.
    Isso é ser flor, e Anjo juntamente,
    Ser Angélica flor, e Anjo florente,
    em quem, senão em vós se uniformara?
    Quem veria uma flor, que a não cortara
    De verde pé, de rama florescente?
    E quem um Anjo vira tão luzente,
    Que por seu Deus, o não idolatrara?
    Se como Anjo sois dos meus altares,
    Fôreis o meu custódio, e minha guarda,
    Livrara eu de diabólicos azares.
    Mas vejo, que tão bela, e tão galharda,
    Posto que os Anjos nunca dão pesares,
    Sois Anjo, que me tenta, e não me guarda.


    Observe que o nome da amada sugere as duas imagens em torno das quais se organiza toda a expressão poética.

    III- Poesia satírica

    O "Boca do Inferno" não perdoava ninguém: ricos e pobres, negros, brancos e mulatos, padres, freiras, autoridades civis e religiosas, amigos e inimigos, todos, enfim, eram objeto de sua "lira maldizente".

    O governador Câmara Coutinho, por exemplo, foi assim retratado:

    Nariz de embono
    com tal sacada,
    que entra na escada
    duas horas primeiro
    que seu dono.
    ”

    Contudo, o melhor de sua sátira não é esse tipo de zombaria, engraçada e maldosa, mas a crítica de cunho geral aos vícios da sociedade. Sua vasta galeria de tipos humanos contribui para construir sua maior e principal personagem - a cidade da Bahia:

    Senhora Dona Bahia,
    nobre e opulenta cidade,
    madrasta dos naturais,
    e dos estrangeiros madre.


    A cidade é assim descrita num poema:

    Terra que não aparece
    neste mapa universal
    com outra; ou são ruins todas,
    ou ela somente é má.


    Mas nem sempre o poeta é rancoroso com sua cidade. No famoso soneto "Triste Bahia", já musicado por Caetano Veloso, Gregório identifica-se com ela, ao comparar a situação de decadência em que ambos vivem. O poema abandona o tom de zombaria das sátiras para tornar-se um quase lamento:

    Triste Bahia! ó quão dessemelhante
    Estás e estou do nosso antigo estado!
    Pobre te vejo a ti, tu a mim empenhado,
    Rica te vi eu já, tu a mim abundante.


    Depreende-se desse texto que as sátiras de Gregório de Matos desagradavam a muita gente. Por isso ele defende seu de escrevê-las.

    Aos vícios

    Eu sou aquele, que os passados anos
    cantei na minha lira maldizente
    torpezas do Brasil, vícios e enganos.
    [.......................................................]
    De que pode servir, calar, quem cala,
    Nunca se há de falar, o que se sente?
    Sempre se há de sentir, o que se fala?
    Qual homem pode haver tão paciente,
    Que vendo o triste estado da Bahia,
    Não chore, não suspire, e não lamente?
    [..........................................................]
    Se souberas falar, também falaras,
    Também satirizaras, se souberas,
    E se foras Poeta, poetizaras.
    A ignorância dos homens destas eras
    Sisudos faz ser uns, outros prudentes,
    Que a mudez canoniza bestas feras.
    Há bons, por não poder ser insolente,
    Outros há comedidos de medrosos,
    Não mordem outros não, por não ter dentes.
    Quantos há que os telhados têm vidrosos,
    E deixam de atirar sua pedrada
    De sua mesma telha receosos.
    Uma só natureza nos foi dada:
    Não criou Deus os naturais diversos,
    Um só Adão formou, e esse de nada.
    Todos somos ruins, todos perversos,
    Só nos distingue o vício, e a virtude,
    De que uns são comensais outros adversos.
    Quem maior a tiver, do que eu ter pude,
    Esse só me censure, esse me note,
    calem-se os mais, chitom, e haja saúde.


    Poesia burlesca

    É a poesia mais circunstancial de Gregório de Matos. De modo sempre galhofeiro, o poeta registra em versos sempre pequenos acontecimentos da vida cotidiana da cidade e dos engenhos. Segundo James Amado, a poesia burlesca é a crônica do viver baiano seiscentista.

    A maior parte foi escrita na última fase da vida do poeta, período de decadência pessoal e profisional. O doutor deixara de advogar e perambulava pelos engenhos do Recôncavo, levando sua viola de cabaça, freqüentando festas de amigos e namorando as mulatas, muitas delas prostitutas, com tom brincalhão podem freqüentemente tornar-se obscenos. Daí, o ‘populismo’ chulo que irrompe às vezes e, longe de significar uma atitude aristocrática, nada mais é que válvula de escape para velhas obsessões sexuais ou arma para ferir os poderosos invejados.

    Texto I:

    Décimas

    Quita, como vos achais
    com esta troca tão rica?
    eu vos troco por Anica,
    vós por Nico me deixais:
    vós de mim não vos queixais,
    eu, Quita, de vós me queixo,
    e pondo a cousa em seu eixo,
    a mim com razão me tem,
    pois me deixais por ninguém,
    e eu por Arnica vos deixo.
    Vós por um Dom Patarata
    trocais um Doutor em Leis,
    e eu troco, como sabeis,
    uma por outra Mulata:
    vós fostes comigo ingrata
    com a grosseira ingratidão,
    eu não fui ingrato não,
    e quem troca odre por odre,
    um deles há de ser podre,
    e eu sou na troca odre são.
    Eu com Anica querida
    me remexo como posso,
    vós co Patarata vosso
    estarei bem remexida:
    nesta desigual partida
    leve o diabo o enganado,
    porque eu acho no trocado,
    que me vim a melhorar
    mas na Moça por soldar,
    que vós no Moço soldado
    Se bem vos não vai na troca
    pela antiga benquerença,
    que farei logo a destroca:
    porém se Amor vos provoca
    a dar-me outros novos zelos,
    hemos de lançar os pêlos
    ao ar por seguridade,
    e eu sei, que a vossa amizade
    há de custar-me os cabelos.


    Texto II:

    Soneto bem conhecido

    A cada canto um grande conselheiro
    Que nos quer governar cabana e vinha,
    Não sabem governar sua cozinha,
    E podem governar o mundo inteiro.
    Em cada porta um freqüentado olheiro,
    Que a vida do vizinho, e da vizinha,
    Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha
    Para a levar à Praça, e ao Terreiro.
    Muitos mulatos desavergonhados,
    Trazidos pelos pés os homens nobres,
    Posta nas palmas toda a picardia.
    Estupendas usuras nos mercados,
    Todos, os que não furtam, muito pobres,
    e eis aqui a cidade da Bahia


    Apesar de ter feito linda poesia sacra e lírica, foi como poeta satírico que o "Boca do Inferno" se destacou. Em seus sonetos (2 quartetos e 2 tercetos), oitavas (estrofes de 8 versos), décimas (estrofes de 10 versos) e poemas de diversas formas, Gregório de Matos não perdoa ninguém, rico ou pobre, homem ou mulher, inimigo ou não. Assim, o poeta "abrasileirou" a linguagem inserindo em suas poesias palavras nativas e palavrões chulos, usando sempre o estilo barroco de mostrar uma visão de mundo conflituosa com antíteses, hipérboles, paradoxos, metáforas e simbolismo.

    Alguns poemas de Gregório de Matos Guerra

    A DESPEDIDA DO MAU GOVERNO QUE FEZ O GOVERNADOR DA BAHIA.

    Senhor Antão de Sousa de Menezes,
    Quem sobe ao alto lugar, que não merece,
    Homem sobe, asno vai, burro parece,
    Que o subir é desgraça muitas vezes.

    A fortunilha, autora de entremezes
    Transpõe em burro o herói que indigno cresce:
    Desanda a roda, e logo homem parece,
    Que é discreta a fortuna em seus reveses.

    Homem sei eu que foi vossenhoria,
    Quando o pisava da fortuna a roda,
    Burro foi ao subir tão alto clima.

    Pois, alto! Vá descendo onde jazia,
    Verá quanto melhor se lhe acomoda
    Ser homem embaixo do que burro em cima.


    JULGA PRUDENTE E DISCRETAMENTE POR CULPADOS EM UMA GERAL FOME QUE HOUVE NESTA CIDADE NO ANO DE 1691 PELO DESGOVERNO.

    Toda a cidade derrota
    Esta fome universal,
    E uns dão a culpa total
    À câmara, outros à frota.
    A frota tudo abarrota
    Dentro nos escotilhões,
    A carne, o peixe, os feijões;
    E se a câmara olha e ri,
    Porque anda farta até aqui,
    É cousa que me não toca.
    Ponto em boca!

    Se dizem que o marinheiro
    Nos precede a toda a lei,
    Porque é serviço d'el rei,
    Concedo que está primeiro;
    Mas tenho por mais inteiro
    O conselho que reparte
    Com igual mão e igual arte
    Por todos jantar e ceia:
    Mas frota com tripa cheia,
    E povo com pança oca?
    Ponto em boca!

    A fome me tem já mudo,
    Que é muda a boca esfaimada
    Mas se a frota não traz nada,
    Por que razão leva tudo?
    Que o povo por ser sisudo
    Largue o ouro, largue a prata
    A uma frota patarata,
    Que entrando com vela cheia,
    O lastro, que traz de areia,
    Por lastro de açúcar troca!
    Ponto em boca!

    Se quando vem para cá
    Nenhum frete vem ganhar,
    Quando para lá tornar
    O mesmo não ganhará:
    Quem o açúcar lhe dá
    Perde a caixa e paga o frete,
    Porque o ano não promete
    No negócio que o perder:
    O frete por se dever,
    A caixa porque se choca.
    Ponto em boca!

    Ele tanto em seu abrigo,
    E o povo todo faminto
    Ele chora, e eu não minto,
    Se chorando vo-lo digo:
    Tem-me cortado o embigo
    Este nosso General,
    Por isso de tanto mal
    Lhe não ponho alguma culpa;
    Mas se merece desculpa
    O respeito a que provoca,
    Ponto em boca!

    Com justiça pois me torno
    À Câmara só senhora,
    Que pois me trespassa agora,
    Agora leve o retorno:
    Praza a Deus que o caldo morno,
    Que a mim me fazem cear
    Da má vaca do jantar
    Por falta de bom pescado,
    Lhes seja em cristéis lançado;
    Mas se a saúde lhes toca:
    Ponto em boca!


    DEFINE A SUA CIDADE

    De dois ff se compõe
    esta cidade a meu ver:
    um furtar, outro foder.

    Recopilou-se o direito,
    e quem o recopilou
    com dous ff o explicou
    por estar feito, e bem feito:
    por bem digesto, e colheito
    só com dous ff o expõe,
    e assim quem os olhos põe
    no trato, que aqui se encerra,
    há de dizer que esta terra
    de dous ff se compõe.

    Se de dous ff composta
    está a nossa Bahia,
    errada a ortografia,
    a grande dano está posta:
    eu quero fazer aposta
    e quero um tostão perder,
    que isso a há de perverter,
    se o furtar e o foder bem
    não são os ff que tem
    esta cidade ao meu ver.

    Provo a conjetura já,
    prontamente como um brinco:
    Bahia tem letras cinco
    que são B-A-H-I-A:
    logo ninguém me dirá
    que dous ff chega a ter,
    pois nenhum contém sequer,
    salvo se em boa verdade
    são os ff da cidade
    um furtar, outro foder.


    DEFINE O POETA OS MAUS MODOS DE OBRAR NA GOVERNANÇA DA BAHIA, PRINCIPALMENTE NAQUELA UNIVERSAL FOME QUE PADECIA A CIDADE.

    Que falta nesta cidade? ... Verdade.
    Que mais por sua desonra? ... Honra.
    Falta mais que se lhe ponha? ... Vergonha.

    O demo a viver se exponha,
    Por mais que a fama a exalta,
    Numa cidade, onde falta
    Verdade, honra, vergonha.

    Quem a pôs neste socrócio? ... Negócio.
    Quem causa tal perdição? ... Ambição.
    E o maior desta loucura? ... Usura.

    Notável desaventura
    De um povo néscio e sandeu,
    Que não sabe que o perdeu
    Negócio, ambição, usura.

    Quais são meus doces objetos? ... Pretos.
    Tem outros bens mais maciços? ... Mestiços.
    Quais destes lhe são mais gratos? ... Mulatos.

    Dou ao Demo os insensatos,
    Dou ao demo o povo asnal,
    Que estima por cabedal
    Pretos, mestiços, mulatos.

    Quem faz os círios mesquinhos? ... Meirinhos.
    Quem faz as farinhas tardas? ... Guardas.
    Quem as tem nos aposentos? ... Sargentos.

    Os círios lá vêm aos centos,
    E a terra fica esfaimada,
    porque os vão atravessando
    Meirinhos, guardas, sargentos.

    E que justiça a resguarda? ... Bastarda.
    É grátis distribuída? ... Vendida.
    Que tem, que a todos assusta? ... Injusta.

    Valha-nos Deus, o que custa
    O que El-Rei nos dá de graça,
    Que anda a justiça na praça
    Bastarda, vendida, injusta.

    Que vai pela clerezia? ... Simonia.
    E pelos membros da Igreja? ... Inveja.
    Cuidei, que mais se lhe punha? ... Unha.

    Sazonada caramunha!
    Enfim, que na Santa Sé
    O que se pratica, é
    Simonia, inveja, unha.

    E nos frades há manqueiras? ... Freiras.
    Em que ocupam os serões? ... Sermões.
    Não se ocupam em disputas? ... Putas.

    Com palavras dissolutas
    Me concluo na verdade,
    Que as lidas todas de um frade
    São freiras, sermões, e putas.

    O açúcar já se acabou? ... Baixou.
    E o dinheiro se extinguiu? ... Subiu.
    Logo já convalesceu? ... Morreu.

    À Bahia aconteceu
    O que a um doente acontece:
    Cai na cama, e o mal lhe cresce,
    Baixou, subiu, e morreu.

    A Câmara não acode? ... Não pode.
    Pois não tem todo o poder? ... Não quer.
    É que o governo a convence? ... Não vence.

    Quem haverá que tal pense,
    Que uma Câmara tão nobre
    Por ver-se mísera, e pobre
    Não pode, não quer, não vence!

    GLOSSÁRIO:

    Socrócio - aperto, ambição; furto.
    Círios - sacos de farinha (a grafia correta é sírios)
    Simonia - venda de coisas sagradas.
    Unha - roubalheira; avareza; tirania, opressão.
    Sazonada caramunha - Experimentada lamentação! (Soares Amora). A expressão tem sentido ambíguo. Sazonada é derivado de sazonar e equivale a amadurecida. Caramunha pode ser "a cara das crianças quando choram" ou a "lástima pelo próprio mal que se causou".
    Manqueiras - Vícios, defeitos; doença infecciosa no homem e em certos animais.

    DESCREVE O QUE ERA NAQUELE TEMPO A CIDADE DA BAHIA

    A cada canto um grande conselheiro,
    Que nos quer governar cabana e vinha;
    Não sabem governar sua cozinha,
    E podem governar o mundo inteiro.

    Em cada porta um bem freqüente olheiro,
    Que a vida do vizinho e da vizinha
    Pesquisa, escuta, espreita e esquadrinha,
    Para o levar à praça e ao terreiro.

    Muitos mulatos desavergonhados,
    Trazidos sob os pés os homens nobres,
    Posta nas palmas toda a picardia,

    Estupendas usuras nos mercados,
    Todos os que não furtam muito pobres:
    E eis aqui a cidade da Bahia.

    Poemas de Gregório de Matos Guerra

    Poemas de Gregório de Matos Guerra

    Poesias da obra "A educação pela pedra" de João Cabral de Melo Neto

    A educação pela pedra

    Uma educação pela pedra: por lições;
    para aprender da pedra, freqüentá-la;
    captar sua voz inenfática, impessoal
    (pela de dicção ela começa as aulas).
    A lição de moral, sua resistência fria
    ao que flui e a fluir, a ser maleada;
    a de poética, sua carnadura concreta;
    a de economia, seu adensar-se compacta:
    lições da pedra (de fora para dentro,
    cartilha muda), para quem soletrá-la.


    Outra educação pela pedra: no Sertão
    (de dentro para fora, e pré-didática).
    No Sertão a pedra não sabe lecionar,
    e se lecionasse, não ensinaria nada;
    lá não se aprende a pedra: lá a pedra,
    uma pedra de nascença, entranha a alma

    Catar feijão

    Catar feijão se limita com escrever:
    joga-se os grãos na água do alguidar
    e as palavras na folha de papel;
    e depois, joga-se fora o que boiar.
    Certo, toda palavra boiará no papel,
    água congelada, por chumbo seu verbo:
    pois para catar esse feijão, soprar nele,
    e jogar fora o leve e oco, palha e eco.


    Ora, nesse catar feijão entra um risco:
    o de que entre os grãos pesados entre
    um grão qualquer, pedra ou indigesto,
    um grão imastigável, de quebrar dente.
    Certo não, quando ao catar palavras:
    a pedra dá à frase seu grão mais vivo:
    obstrui a leitura fluviante, flutual,
    açula a atenção, isca-a como o risco.


    Fábula de um arquiteto

    A arquitetura como construir portas,
    de abrir; ou como construir o aberto;
    construir, não como ilhar e prender,
    nem construir como fechar secretos;
    construir portas abertas, em portas;
    casas exclusivamente portas e tecto.
    O arquiteto: o que abre para o homem
    (tudo se sanearia desde casas abertas)
    portas por-onde, jamais portas-contra;
    por onde, livres: ar luz razão certa.


    Até que, tantos livres o amedrontando,
    renegou dar a viver no claro e aberto.
    Onde vãos de abrir, ele foi amurando
    opacos de fechar; onde vidro, concreto;
    até fechar o homem: na capela útero, com confortos de matriz, outra vez feto.


    O mar e o canavial

    O que o mar sim aprende do canavial:
    a elocução horizontal de seu verso;
    a geórgica de cordel, ininterrupta,
    narrada em voz e silêncio paralelos.
    O que o mar não aprende do canavial:
    a veemência passional da preamar;
    a mão-de-pilão das ondas na areia,
    moída e miúda, pilada do que pilar.


    O que o canavial sim aprende do mar;
    o avançar em linha rasteira da onda;
    o espraiar-se minucioso, de líquido,
    alagando cova a cova onde se alonga.
    O que o canavial não aprende do mar:
    o desmedido do derramar-se da cana;
    o comedimento do latifúndio do mar,
    que menos lastradamente se derrama.


    O sertanejo falando

    A fala a nível do sertanejo engana:
    as palavras dele vêm, como rebuçadas
    (palavras confeito, pílula), na glace
    de uma entonação lisa, de adocicada.
    Enquanto que sob ela, dura e endurece
    o caroço de pedra, a amêndoa pétrea,
    dessa árvore pedrenta (o sertanejo)
    incapaz de não se expressar em pedra.


    Daí porque o sertanejo fala pouco:
    as palavras de pedra ulceram a boca
    e no idioma pedra se fala doloroso;
    o natural desse idioma fala à força.
    Daí também porque ele fala devagar:
    tem de pegar as palavras com cuidado,
    confeitá-la na língua, rebuçá-las;
    pois toma tempo todo esse trabalho.


    Num Monumento à Aspirina

    "Claramente: o mais prático dos sóis,
    o sol de um comprimido de aspirina:
    de emprego fácil, portátil e barato,
    compacto de sol na lápide sucinta.
    Principalmente porque, sol artificial,
    que nada limita a funcionar de dia,
    que a noite não expulsa, cada noite,
    sol imune às leis de meteorologia,
    a toda hora em que se necessita dele
    levanta e vem (sempre num claro dia):
    acende, para secar a aniagem da alma,
    quará-la, em linhos de um meio-dia. ..."


    Minha face de Educador

    Sou pessoa humana, eu, você, nós,
    não dá para fugir...
    Revelações, contradições, mistério.
    Eu quero propor, dispor, acolher,
    harmonizar em espírito e coração.
    Pedras há, pétalas, folhas e
    perfume também...

    Não descansarei enquanto não
    plasmar em mim o perfeito, a luz plena,
    a imagem-vida feita felicidade.
    Mas onde procurar? Onde estará?
    Em que espelho encontrarei a minha face?

    Caminhar... Está aqui?...Não!
    Estará lá?...Também não!
    Continuar... Sempre.
    Buscar, desvendar o pleno sentido,
    a síntese, minha identidade.
    Eu devo prosseguir...
    É a festa da vida!

    Ir. Ivan José Migliorini

    mensagens

    • http://br.youtube.com/

    Outro Caminho

    E ele subiu quieto e sozinho
    Esta escada descomprometida
    Encostada na muralha da vida
    E do outro lado, viu outro caminho.

    E nesta outra estrada bem aberta,
    Que leva ao mundo do saber,
    Vislumbrou sinalização certa
    Mesmo para quem resiste em ver.

    Veja você mesmo a verdade,
    Não precisa crer, basta ver.
    Não se visa à sua piedade,
    Anela-se apenas levar a perceber.

    Sim, veja a outra rota do destino,
    Ela está no outro da muralha
    Gera a competência do ensino,
    Baseia-se na lógica e não falha.

    Não mostrar este outro caminho
    Ao idealista e ansioso estudante,
    Dar-lhe a vereda cheia de espinho
    Isto, sim, é ser mau e aviltante .

    Sim, suba você mesmo esta escada,
    Seja crítico, tome outro rumo,
    Pesquise, busque outra estrada,
    Não seja cliente do inútil consumo.
    Prof. Francisco Dequi
    Movimento Neodidático da Língua Portuguesa

    Poesia

    Se você é...

    Se você é um vencedor,
    terá alguns falsos amigos
    e alguns amigos verdadeiros.
    Vença assim mesmo.

    Se você é honesto e franco,
    as pessoas podem enganá-lo
    Seja honesto e franco assim mesmo.

    O que você levou anos para construir
    Alguém pode destruir de uma hora para outra.
    Construa assim mesmo.

    Se você tem paz e é feliz,
    As pessoas podem sentir inveja.
    Seja feliz assim mesmo.

    Dê ao mundo o melhor de você,
    mas isso pode nunca ser o bastante.
    Dê o melhor de você assim mesmo.

    Veja você que, no final de tudo
    Será você ... e Deus.

    E não você ... e as pessoas!

    Madre Tereza de Calcutá

    A coisa...

    A gente pensa uma coisa, acaba escrevendo outra e o leitor entende uma terceira coisa...e, enquanto se passa tudo isso, a coisa propriamente dita começa a desconfiar que não foi propriamente dita.


    Mário Quintana

    Imaginação...

    Liberdade imensurável,
    Sem preconceitos.
    Única, secreta, intransferível.
    Não tem medo do ideal,
    Da loucura, do exagero, do impossível?
    É quase o objetivo.

    Fantasia colorida, preto e branco.
    Sem ela seríamos:
    Dia escuro, fingimento,
    Vida insossa, mundo sem ilusão.

    Sem a presença do belo, do amor e
    Da empolgação, da nostalgia, que
    Também pode ser invenção.

    Divagar na imaginação...
    Pecadores, perversos, o mais belo,
    Viajar na utopia da felicidade,
    Amor...paixão...júbilo,
    Estar em todos os lugares imagináveis.

    Sonhos inacessíveis.
    Busca incessante do prazer, ser feliz, seja:
    Culto, inculto, com fome,
    Com intenção
    Que seria da vida sem
    A imaginação!?...

    Elizabete Meregalli da S. Silveira,in:Poesia na Praça

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